De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), o setor sucroenergético do Centro-Sul apresentou resultados mistos na segunda quinzena de agosto. A moagem de cana-de-açúcar subiu 10,6% em relação a 2024, alcançando 50,06 milhões de toneladas, mas no acumulado da safra 2025/26, até 1º de setembro, houve queda de 4,7%, totalizando 403,9 milhões de toneladas.
Atualmente, 257 usinas estão em operação na região, número inferior às 261 da safra passada. Dessas, 237 processam cana, dez produzem etanol de milho e outras dez são usinas flex.
A produtividade agrícola foi um dos principais entraves. Segundo o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a produtividade média das lavouras caiu 8% entre abril e agosto, ficando em 79,3 toneladas por hectare (TCH). A qualidade da matéria-prima também recuou, com queda de 3,8% na segunda metade de agosto e 4,1% no acumulado.
Para Luciano Rodrigues, diretor da Unica, “a combinação da queda de 8% na produtividade e 4% na qualidade da matéria-prima levou a uma redução de 12% na quantidade de açúcar e etanol por hectare (TAH)”. O impacto foi generalizado, com destaque para Minas Gerais (-22,6%), Goiás (-16,3%) e São Paulo (-12,3%).
Mesmo com a moagem em baixa, a produção de açúcar subiu 18,2% na segunda quinzena de agosto, atingindo 3,8 milhões de toneladas. No acumulado da safra, entretanto, houve retração de 1,9%. A produção de etanol chegou a 2,4 bilhões de litros no período, com alta de 8,3% no anidro e queda de 7,6% no hidratado. No total da safra, o etanol recuou 10,05%.
Um destaque positivo foi o etanol de milho, que cresceu 17,4% em agosto e 19,8% no acumulado, alcançando 3,7 bilhões de litros.
Nas vendas, o setor comercializou 2,9 bilhões de litros de etanol em agosto. O anidro avançou 1,7%, enquanto o hidratado caiu 10,3%. No mercado interno, o hidratado também recuou (-8,36%), mas o anidro teve crescimento (+6,87%). No acumulado da safra, a comercialização total caiu 3,3%.
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