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Ceir é referência no tratamento da perda auditiva associada ao envelhecimento

É comum ouvir idosos reclamando que “as pessoas estão falando baixo demais” ou pedindo para repetir frases com frequência. O que muitas vezes parec...

14/06/2025 às 13h40
Por: Redação Portal Verdes Campos Sat Fonte: Secom Piauí
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Foto: Reprodução/Secom Piauí
Foto: Reprodução/Secom Piauí

É comum ouvir idosos reclamando que “as pessoas estão falando baixo demais” ou pedindo para repetir frases com frequência. O que muitas vezes parece apenas uma teimosia da idade pode, na verdade, ser presbiacusia — nome dado à perda auditiva natural causada pelo envelhecimento. Pouco conhecida, a condição pode ser comum na população acima de 60 anos. Na reabilitação auditiva do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), este público representa mais de 40% dos atendimentos e reúne histórias de vidas transformadas por meio do uso aparelho auditivo, disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Em 2024, foram 951 pacientes atendidos pela reabilitação auditiva com 60 anos ou mais. O público feminino forma a maioria dos beneficiados, com 54% de mulheres atendidas ao longo do ano. A perda auditiva gradual, que ocorre naturalmente com o envelhecimento, é causada pelo desgaste de células sensoriais da cóclea, responsáveis por captar os sons. Como elas não se regeneram, o seu funcionamento tende a diminuir com o tempo.

A otorrinolaringologista do Ceir, Alexandra Kolontai, alerta para o papel da família em perceber os primeiros sinais da perda de audição e a importância do diagnóstico precoce para garantir um envelhecimento com qualidade de vida.

“A audição é essencial para a comunicação. Quando o idoso tem dificuldade para ouvir, ele pode se sentir frustrado, envergonhado ou excluído. Isso pode levar a isolamento social. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores as chances de uma reabilitação auditiva eficaz e de uma melhor qualidade de vida. Geralmente, nos casos iniciais, quem mais percebe são os familiares”, ressalta.

Pacientes com indicação clínica para uso do aparelho auditivo têm acesso gratuito a esses dispositivos. No Ceir, além dos aparelhos, a reabilitação conta com acompanhamento de profissionais da fonoaudiologia e otorrinolaringologia, para garantir a adaptação e o uso adequado.

A aposentada Maria Creusa Silva, de 61 anos, é de Canto do Buriti e destaca a reconquista da autonomia após receber o aparelho auditivo e fazer acompanhamento no Ceir. “A partir do dia que eu coloquei o aparelho, eu vivi. Eu andava cabisbaixa. Quando eu saía para resolver um problema, eu não conseguia responder. Eu via os outros conversarem e eu não escutava. Então, para mim, eu estava morta. Depois que eu coloquei o aparelho, eu consigo resolver minhas coisas”, comemora.

Foto: Reprodução/Secom Piauí
Foto: Reprodução/Secom Piauí

Para ter acesso aos serviços de reabilitação auditiva, o primeiro passo é buscar uma Unidade de Saúde mais próxima e fazer uma consulta com um médico da Estratégia Saúde da Família ou credenciado pelo SUS. A partir disso, basta solicitar o preenchimento da guia de marcação de consultas do SUS com o procedimento “Ceir – Otorrinolaringologia/Saúde Auditiva”.

Isolamento social pode ser um sinal de perda auditiva

A presbiacusia apresenta-se de forma lenta e pode ser negligenciada por falta de conhecimento. Os sintomas mais comuns são: dificuldade para entender conversas, especialmente em ambientes ruidosos; aumento frequente do volume da TV ou rádio; pedir para repetir as falas com frequência; e dificuldade para ouvir sons agudos, como vozes infantis ou o canto dos pássaros.

Para Alexandra Kolontai, o isolamento é outro sintoma que pode ser um indicador da perda de audição. “Quando o idoso se afasta do convívio familiar e social, pode ser um sinal. A reabilitação auditiva é indicada na maioria dos casos de presbiacusia. A detecção precoce e o uso de aparelhos auditivos são importantes, não só para a audição, mas para a saúde cerebral como um todo, reforça.

O aposentado Raimundo Rodrigues, de 84 anos, sentia-se excluído dos encontros familiares e, atualmente, com o aparelho auditivo celebra a possibilidade de voltar a interagir com filhos e netos.

“Cheguei a pensar que não iria ouvir nunca mais. Ficava longe da família. Sentava numa roda, meu filho falava comigo e não conseguia entender. Agora estou ouvindo tudo e vou poder brincar com meus netos”, comemora.

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