O Museu do Piauí — Casa de Odilon Nunes, localizado no Centro de Teresina, atrai turistas de todo o Brasil e do exterior que desejam conhecer a cultura e a arte piauiense. O espaço conta com um acervo rico e diversificado, composto por peças produzidas por artesãos da capital e do interior do estado, proporcionando uma verdadeira imersão na identidade cultural da região.
Entre os destaques do museu está a exposição de artefatos em madeira, que reúne peças como pilão, cangaia, a emblemática escultura do Cabeça de Cuia, um antigo equipamento para retirada de sementes de algodão, além de miniaturas de engenhos de cana-de-açúcar, colheres de pau e objetos religiosos.
Outro espaço bastante visitado é o setor dedicado ao trançado, onde os visitantes encontram artigos de palha, como tapetes, chapéus, cestas, bolsas, luminárias, abanadores e jarros. Esses itens são cuidadosamente confeccionados por artesãos de diversas cidades do Piauí e também por indígenas, valorizando a tradição do trabalho manual.
Já o setor de têxteis e bordados encanta os turistas que apreciam peças finamente trabalhadas, revelando a riqueza do artesanato piauiense. A coordenadora do museu, Dora Medeiros, destaca que o acervo é bastante eclético, mas algumas peças costumam despertar maior interesse, como uma urna funerária de mais de três mil anos, que guarda o esqueleto de uma criança de aproximadamente oito anos, vinda da Serra da Capivara.
Outro ponto de grande destaque é a Sala Fazendas Piauienses, que apresenta cinco ambientações temáticas, exaltando o artesanato local. Entre as representações mais marcantes está a figura da mulher rendeira e suas tradicionais rendas de bilro, além das famosas cerâmicas de São Raimundo Nonato e do bairro Poti Velho, em Teresina.
A diretora também ressalta a importância de uma escultura do artista Nonato Oliveira, que retrata com maestria a dualidade entre a cheia e a seca no Nordeste, utilizando cinco peças esculpidas em carnaúba. O artista emprega elementos típicos da cultura piauiense em suas composições, como a cabaça e a lamparina. Já na sala de arte santeira, encontram-se peças valiosas, incluindo gamelas esculpidas pelo renomado Mestre Dezinho.
“Ao visitar o museu, o público tem contato com diferentes manifestações culturais do nosso estado, mas também encontra espaços que refletem a nossa identidade piauiense. Sempre há novidades para explorar, tornando cada visita uma oportunidade de se aprofundar na nossa história. Por isso, é fundamental valorizar e preservar esse patrimônio para as futuras gerações”, enfatiza Dora Medeiros.
A comerciante Maria de Jesus, moradora de Timon (MA), elogia a riqueza do acervo do museu. “Sempre que posso, visito os espaços que reúnem o melhor do artesanato, da cultura e da história piauiense. É uma experiência enriquecedora”, destaca a visitante.
A guia de turismo e jovem aprendiz do Projeto Oportunidade Jovem, Maria Eduarda, reforça que o acervo impressiona visitantes de todas as idades. “Muitos retornam ao museu depois da primeira visita, encantados com a diversidade e a riqueza do nosso patrimônio cultural”, relata a estudante.
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