Hidrogênio Verde: Uece conquista 1º e 2º lugares em seleção de projetos de pesquisas da Fiec

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) mais uma vez se destaca na pauta do Hidrogênio Verde. Desta vez, dois projetos de pesquisa sobre o tema conquistaram o 1º e o 2º lugar na seleção de trabalhos acadêmicos e projetos de pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), por ocasião do Fiec Summit 2023.

Em 1º lugar, está o projeto intitulado Monitor e Detector IOT para Gases Inflamáveis Oriundos dos Processos de Obtenção do Hidrogênio Verde, desenvolvido pelo estudante do Mestrado em Ciências da Computação da Uece, Marcos Camargo Lima Filho, sob orientação do professor Marcial Fernandez e coorientação da professora Mona Lisa Moura de Oliveira, que é coordenadora do Laboratório de Conversão Energética e Inovação (LCE) da Uece.

O projeto consiste no desafio de desenvolver um sensor, de baixo custo, para detecção de gases oriundos do hidrogênio, semelhante ao detector de gás de cozinha já existente no mercado. “Não existe nenhum tipo de sensor de hidrogênio de baixo custo, ou seja, hoje existem basicamente equipamentos de laboratório. O hidrogênio é muito difícil de ser identificado. Os sensores que existem comercialmente não oferecem precisão, não sendo possível afirmar se há realmente hidrogênio no ar, ou outro gás inflamável. Então, a proposta é exatamente criar um sensor sensível a vários gases”, explica o orientador Marcial Fernandez.

A coorientadora Mona Lisa Moura acrescenta: “é um trabalho interdisciplinar, desenvolvido a partir de demanda do Laboratório de Conversão Energética e Inovação da Uece e que envolve a parceria entre os Programas de Pós-graduação em Ciências da Computação (PPGCC) e em Ciências Naturais (PPGCN), ambos da Uece”.

Professor Marcial fala, ainda, sobre a importância dessa parceria. “Interessante é que esse trabalho mostrou a associação e o trabalho em conjunto. Isso demonstra que a Ciência é feita de trabalhos interdisciplinares, unindo conhecimentos diferentes e podendo produzir um resultado relevante, um resultado importante para a sociedade e para a economia do Estado”.

O 2º lugar foi ocupado pelo trabalho intitulado Sistema de Produção de H2 Verde a partir da Eletrólise de Águas Residuais Industriais Alimentada por Energia Eólica/Solar Off-grid, de autoria de Pedro Henrique de Lima Gomes, Daniel Silveira Serra, João Pedro Melo Santos Martins, Maria Aparecida Tavares das Chagas, da Uece; além de Francisco Olímpio Carneiro (Unilab), Carla de Andrade, Fernanda Lobo, André Bueno e Kelma Maria Pires Cavalcante, da UFC (Laboratórial de Hidrogênio e Máquinas Térmicas e Laboratório de Planctologia), além do Centro de Investigação em Energia Renováveis (CIEMAT) de Madrid em parceria com empresas (Energo e Esmaltec); sob orientação da professora Mona Lisa Moura, que é orientadora do autor principal, Pedro Henrique, enquanto doutorando em Ciências Naturais pelo PPGCN/Uece.

A orientadora ressalta que o projeto já saiu do papel. “É um projeto bem ambicioso e que já está em execução”. E explica: “é um trabalho multidisciplinar, que envolve engenharia, ciências aplicadas como física, química, além de ciência da computação. É um projeto de energias renováveis que inclui não somente a produção do hidrogênio verde, mas toda a cadeia de produção do hidrogênio verde a partir de efluentes industriais. Nós temos um sistema onde transformamos energia eólica e solar para a produção do hidrogênio verde”.

Esses projetos de pesquisa, bem como a Uece e as demais instituições envolvidas, tiveram sua importância reconhecida pela Fiec, que eleva a relevante pauta do Hidrogênio Verde. “O Fiec Summit é uma vitrine que serve para mostrar o esforço e os projetos que vem sendo desenvolvidos no âmbito da universidade e das interações entre essas instituições, do Nordeste, do Ceará, com o mundo”, destaca a professora Mona Lisa Moura.

A pesquisadora da Uece teve participação, ainda, no projeto de pesquisa que ocupa o 4º lugar, intitulado Desenvolvimento de Uma Plataforma para Avaliar o Potencial Preliminar de Produção de Hidrogênio a partir de Energias Renováveis, coordenada pela professora Carla Andrade do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da UFC.

Para o reitor da Uece, professor Hidelbrando Soares, “essa conquista coroa o trabalho, a engenhosidade e a inteligência de pesquisadores da Universidade. A posição destacada no Fiec Summit é resultado de uma construção coletiva que levou à consolidação de um verdadeiro ambiente de inovação na Uece, demonstrando nossa força e nossa capacidade de contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico e para a demanda de energias renováveis no estado do Ceará, no Brasil e no mundo. A Uece, patrimônio cearense, mais uma vez demonstra a sua capacidade de atuação para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia de alto nível. É um grande orgulho para a nossa gente”.

Sobre o Fiec Summit

A Fiec realizou o Fiec Summit 2023 nos dias 25 e 26 de outubro. Essa foi a segunda edição do evento em que o setor produtivo, a academia, o poder público e a sociedade se reúnem em torno da pauta do Hidrogênio Verde, uma nova fronteira energética que vem ganhando grande relevância no cenário mundial.

A Fiec Summit tem o intuito de abrir novos caminhos e propor saídas, contribuindo para que o Ceará e o País possam avançar de forma mais acelerada. A Fiec exerce um papel fundamental de agente impulsionador do desenvolvimento social e econômico do estado, estimulando a competitividade, a formação continuada e a adoção de práticas inovadoras e sustentáveis.

Em 2022, a Uece também conquistou o pódio, com pesquisas realizadas no âmbito dos Laboratórios Associados de Inovação e Sustentabilidade (LAIS) da Universidade. Entre os trabalhos reconhecidos no evento, esteve o projeto “Produção de hidrogênio verde via digestão anaeróbia em reator automatizado”, premiado em segundo lugar na categoria “Projeto de pesquisa”. O projeto que conquistou o primeiro lugar no evento também contou com a participação da Uece, com o título “Sistema híbrido de produção de hidrogênio utilizando células de dessalinização e eletrólise microbiana acopladas à reforma a vapor do glicerol com força solar”.