Em sessão de homenagem ao Dia da Amazônia, comemorado em 5 de setembro, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou a queda de 42% no desmatamento do bioma amazônico nos primeiros sete meses de governo.
Maria Silva afirmou ainda que houve estabilização do desmatamento no Cerrado, que estava em tendência de alta, e redução de mais de 50% no desmatamento na Mata Atlântica. Segundo a ministra, essas conquistas são fruto de “muito esforço”, como o aumento de quase 200% na capacidade de fiscalização dos órgãos ambientais.
No entanto, Marina Silva sustentou que o objetivo do governo não é apenas combater queimadas e desmatamentos, mas criar um novo modelo de desenvolvimento.
“O que nós queremos não é apenas fazer com que haja redução do desmatamento por ação de comando e controle do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], da Polícia Federal e dos órgãos ambientais. Nós queremos é um novo modelo de desenvolvimento sustentável, que considere a bioeconomia, que respeite as populações locais.”
Transição ecológica
Para isso, a Marina Silva afirmou que o ministro da Economia, Fernando Haddad, está coordenando a transição ecológica do País. Segundo ela, o governo acaba de implantar o plano de prevenção de controle do desmatamento na Amazônia e vai fazer o mesmo para o demais biomas brasileiros, como cerrado e caatinga.
A ministra do meio ambiente ressaltou outras ações governamentais voltadas a economia sustentável.
“A retomada da demarcação de terras indígenas, a retomada da criação de unidades de conservação e que a gente possa fazer com que as políticas ambientais sejam aquilo que o presidente Lula tem priorizado, que nós vamos fortalecer a nossa democracia, combater as desigualdades, mas com sustentabilidade, respeitando as populações tradicionais.”
Povos tradicionais
Para a representante das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, Kaianaku Kamayura, não é possível falar de preservação ambiental e mudança climática sem incluir os povos tradicionais. A ativista reivindica a participação não apenas de povos indígenas no debate sobre o encontro do clima, COP-30, que vai acontecer em Belém, em novembro de 2025, mas também de quilombolas, ribeirinhos e populações periféricas da Amazônia.
“Nós temos a solução. O governo precisa reconhecer, de fato, esse conhecimento e incluir os povos indígenas, os povos da floresta, nessas discussões sobre clima, porque no final das contas são as nossas terras que estão sendo mais visadas.”
Autor do pedido para realização da sessão solene, o deputado Airton Faleiro (PT-PA) defendeu a necessidade de expandir o debate ambiental para além do mundo rural. Segundo sustentou, as metrópoles da Amazônia têm problemas graves que precisam ser discutidos, mas também “soluções que representam esperança”.
Criado em 2007, o Dia da Amazônia é comemorado em 5 de setembro, data de criação da Província Amazônica pelo Imperador Dom Pedro II, em 1850.
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