O hacker Walter Delgatti Neto, ouvido nesta quinta-feira (17) pela CPMI do 8 de janeiro, não respondeu às perguntas de parlamentares da oposição. Ele decidiu utilizar o direito ao silêncio, concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), durante a segunda etapa de seu depoimento, no início da tarde desta quinta-feira (17), a partir dos questionamentos feitos pelos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Marcos Rogério (PR-RO) e pelo deputado Delegado Ramagem (PL-RJ).
O senador Flávio Bolsonaro disse que as declarações de Delgatti ao longo da manhã são mentirosas. "Essa narrativa que foi construída aqui a manhã inteira de que ele teria sido contratado pra fraudar as eleições é uma mentira." Segundo Flávio Bolsonaro, as conversas com Delgatti sempre foram no sentido de que ele demonstrasse seus conhecimentos para oficialmente instruir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na melhoria das urnas. "Foi nesse aspecto que o senhor foi contactado, então pra que ficar mentindo aqui? O senhor está ganhando dinheiro de alguém pra fazer isso aqui?", indagou o senador.
O senador Marcos Rogério (PL-RO) classificou o depoimento de "enredo ensaiado" e questionou a ausência de provas. Rogério também alertou para o fato de Delgatti já ter habeas corpus, mas ter usado a prerrogativa apenas durante as perguntas de parlamentares da oposição. "Quando senadores de oposição passam a questionar, você opta pelo silêncio. Até então, falava até o que não era perguntado. Estava se sentindo em casa. O seu silêncio fala mais do que suas palavras para agradar os membros do governo aqui hoje", criticou.
O deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) enumerou os crimes aos quais Delgatti foi condenado nos últimos anos em sua atuação como hacker, como falsidade ideológica e estelionato. "É o relato dessa pessoa que será tido como verdade absoluta?". Ramagem também considerou a testemunha "parcial" por só responder a parlamentares da esquerda. "Publicamente ele já manifestou seu apoio à esquerda e ao Lula."
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