Geral Governo
Paciente recebe ativação de sistema de estimulação cerebral para tratamento de Parkinson no HCM
Procedimento de estimulação cerebral profunda que representa um avanço no tratamento da doença pelo SUS no Maranhão.
24/12/2025 12h58
Por: Redação Portal Verdes Campos Sat Fonte: Secom Maranhão

Diagnosticado com a doença de Parkinson há mais de uma década, o lavrador Mizael Pedro Sá, de 74 anos, voltou a alimentar a expectativa de uma rotina mais autônoma após a ativação de um marcapasso cerebral no Hospital de Alta Complexidade Dr. Carlos Macieira, em São Luís — procedimento de estimulação cerebral profunda que representa um avanço no tratamento da doença pelo SUS no Maranhão.

Mizael disse estar otimista com o tratamento. “Essa liberdade que eu não tinha de andar dentro da minha casa, de precisar que minha companheira me ajudasse a levantar da cama e me levasse aos lugares… Com essa melhora que eu vou ter, vou voltar a fazer o que fazia antes. Então, para mim, é só alegria”, relatou.

O médico especialista em neurocirurgia, João Carlos Sousa, detalhou como funciona a estimulação do sistema e os benefícios para o paciente.

“Esse procedimento consiste na estimulação cerebral profunda. É a colocação de um sistema que estimula uma região profunda do cérebro, ligado a uma bateria — um gerador de estímulos — para o controle dos fenômenos motores da doença de Parkinson que não estão sendo controlados com a medicação. Esse é um dos maiores avanços da atualidade do SUS no Maranhão. É a primeira unidade em que se realiza esse tipo de procedimento com essa tecnologia e, com isso, conseguimos iniciar um processo de acesso para pacientes que convivem com a doença de Parkinson. O que se espera é que eles consigam controlar esses fenômenos, ter mais liberdade, voltar a realizar atividades motoras que habitualmente faziam e, assim, alcançar mais qualidade de vida”, explicou.

Para a neta de seu Mizael, a estudante Michelle Freitas de Sá, de 27 anos, a continuidade do tratamento representa dias melhores para toda a família. “Eu cresci vendo meus avós em uma rotina de trabalho incansável, sem reclamar. De uns anos para cá, ele não podia fazer nem o básico em casa, e isso atingiu não só a ele, mas toda a família. Ver ele sem poder fazer o que gostava era algo que nos afligia. Esse procedimento que ele fez há alguns dias e agora, com a ativação desse dispositivo, vai mudar a vida dele de uma forma que a gente já não tinha mais esperança de ver. Ele voltar a fazer as coisas em casa, na lavoura, e ir às pescarias de que gostava. Então, para nós, familiares, isso significa dias melhores”, afirmou.

Sobre o sistema

O sistema é do tipo implantável e recarregável, com durabilidade superior a dez anos, mas que exige recarga periódica semanal.

Trata-se de um procedimento simples, seguro e compatível com o dia a dia do paciente, que não precisará passar por revisões cirúrgicas periódicas, já que a bateria possui longa durabilidade. O implante de marcapasso cerebral (DBS) é uma técnica avançada utilizada não apenas no tratamento do Parkinson, mas também em casos de tremor essencial e distonias, quando os sintomas motores passam a limitar a autonomia e a qualidade de vida.

Tratamento

O tratamento consiste na implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro, conectados a um gerador de impulsos, frequentemente chamado de marcapasso cerebral. Esse dispositivo emite estímulos elétricos contínuos capazes de modular circuitos neurais alterados pela doença, promovendo melhora significativa dos sintomas.

A ativação do sistema ocorreu na última segunda-feira (22), no Hospital de Alta Complexidade Dr. Carlos Macieira, referência estadual em procedimentos neurológicos de alta complexidade. A tecnologia beneficiou o lavrador Mizael Pedro Sá, de 74 anos, morador de São Luís, que convive com a doença há uma década. Ele recebeu alta hospitalar no dia 24 de novembro, após passar pelo procedimento de implante do marcapasso cerebral (DBS) no dia 21 do mesmo mês.