A agropecuária do Ceará registrou crescimento de 5,30% no terceiro trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. O resultado foi superior ao do setor de Serviços, que avançou 2,39%, e ao da Indústria, com alta de 1,14%. No período, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado cresceu 2,25%.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (18) pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, o resultado reforça a importância do agronegócio para a economia cearense, mesmo diante das dificuldades enfrentadas ao longo do ano.
“O trimestre passado foi difícil porque tivemos um impacto muito grande do tarifaço. Mas os últimos resultados das exportações já mostram que a gente tem melhorado, o que é muito bom para nós. O resultado do terceiro trimestre mostra, mais uma vez, que o agronegócio tem ajudado tanto o Brasil como o Ceará. Vamos tentar melhorar cada vez mais para ajudar o Ceará”, disse Amílcar.
Produção agrícola e pecuária
De acordo com o Ipece, a produção de sequeiro, especialmente milho e feijão, foi mais afetada pela redução das chuvas em 2025. A menor quantidade de precipitações provocou queda na produção de cereais e leguminosas, impactando o desempenho do setor ao longo do ano.
Por outro lado, a disponibilidade de água ainda permitiu bons resultados nas culturas irrigadas, como melão, mamão e maracujá. A horticultura também apresentou crescimento em diversos produtos.
Na pecuária, houve destaque para a atividade leiteira, que cresceu 21,45% no terceiro trimestre. O avanço está relacionado ao uso de tanques de resfriamento do programa do governo, que melhoram a qualidade e o armazenamento do leite. Os rebanhos de bovinos, suínos e aves também cresceram no período, enquanto a produção de ovos continuou em queda.
Situação hídrica preocupa
O Ipece alerta que, no segundo semestre de 2025, o Ceará entrou em situação de alerta hídrico. As regiões dos Sertões de Crateús, Inhamuns e Médio Jaguaribe encerraram o ano com baixos níveis de água armazenada.
Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), 65 municípios estão em situação de seca grave, com maior concentração na Macrorregião Jaguaribana, além de áreas do Cariri, Sul do Estado e Oeste do Sertão Central e dos Inhamuns. Ao final do ano, o Estado registrou apenas 40,8% da capacidade total de armazenamento de água.