De acordo com projeções baseadas na legislação, o piso nacional do magistério em 2026 deve ficar em torno de 0,85%. O percentual é considerado insuficiente para recompor perdas inflacionárias e garantir a valorização do docente.
Para compreender o reajuste previsto para 2026, é preciso recorrer à Lei nº 11.738/2008.
Ela determina que o piso salarial nacional do magistério seja reajustado anualmente com base na variação do Valor Aluno Ano do Fundeb (VAAF).
O VAAF é um indicador que expressa quanto cada aluno representa, em média, no financiamento da educação básica pública.
Em termos práticos:
Na prática, porém, pequenas oscilações no indicador podem gerar impactos na remuneração dos professores. Entre abril e agosto de 2025, o VAAF apresentou uma leve, porém relevante, retração: passou de R$ 5.699,17 para R$ 5.697,00.
Redução
A diferença parece mínima, mas foi suficiente para reduzir drasticamente a projeção de aumento do piso. Como o fundo depende diretamente da atividade econômica, qualquer retração do PIB tende a limitar o crescimento de seus recursos.
O resultado é um reajuste projetado de apenas 0,85% para 2026, percentual que preocupa especialistas e sindicatos. Caso a projeção se confirme, o impacto no bolso do professor será modesto.
Para uma jornada de 40 horas semanais, o piso nacional passaria de R$ 4.867,77 para aproximadamente R$ 4.909,15, um aumento mensal em torno de R$ 41.
Entidades como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) avaliam o cenário como inaceitável. O argumento é que um reajuste inferior a 1% não repõe a inflação acumulada e não representa ganho real.
A CNTE defende que o reajuste deixe de depender exclusivamente do VAAF e passe a garantir, no mínimo, a reposição inflacionária anual, com possibilidade de ganho real.