Um ataque a tiros interrompeu uma celebração judaica de Hanukkah na praia de Bondi, um dos pontos turísticos mais conhecidos de Sydney, na Austrália. Segundo a polícia, dois homens — pai e filho — abriram fogo contra os participantes do evento. Ao todo, 15 pessoas morreram, entre elas uma criança de 10 anos.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o pânico e a correria no momento do ataque. O atentado gerou forte comoção e repercussão internacional.

A vítima mais jovem foi Matilda, de 10 anos, que morreu no hospital. A escola russa Harmony, de Sydney, lamentou a morte da aluna em nota publicada no Facebook:
"É com profunda tristeza que compartilhamos a notícia de que uma ex-aluna de nossa escola faleceu no hospital devido a ferimentos sofridos por um tiro. Nossos pensamentos e sinceras condolências estão com sua família, amigos e todos os afetados por este trágico acontecimento... Sua memória permanecerá em nossos corações, e honramos sua vida e o tempo que ela passou como parte de nossa família escolar".

Uma ex-professora da menina, Irina Goodhew, descreveu Matilda à imprensa:
"Eu a conhecia como uma criança brilhante, alegre e espirituosa, que iluminava a todos ao seu redor."

Também morreu no ataque o rabino Eli Schlanger, conhecido como o “Rabino de Bondi” e um dos organizadores do evento. Pai de cinco filhos, ele teve a morte confirmada por um primo nas redes sociais:
"Meu querido primo, o rabino Eli Schlanger, foi assassinado no ataque terrorista de hoje em Sydney. Ele deixa esposa e filhos pequenos, além do meu tio, tia e irmãos... Ele era realmente uma pessoa incrível".

Outro destaque entre as vítimas é Alexandre Kleytman, sobrevivente do Holocausto, que morreu ao tentar proteger a esposa, Larisa, com quem era casado há 57 anos. Ela relatou o momento do ataque à imprensa:
"Estávamos de pé e, de repente, veio o 'bum bum', e todos caíram. Ele estava atrás de mim e decidiu se aproximar. Acho que ele foi baleado porque se levantou para me proteger”.

Entre os mortos também está o cidadão francês Dan Elkayam. O ministro das Relações Exteriores da França lamentou a perda:
"É com imensa tristeza que soubemos que nosso compatriota Dan Elkayam estava entre as vítimas do ataque terrorista que atingiu famílias judias reunidas na praia de Bondi, em Sydney. Nós nos solidarizamos com sua família e entes queridos, com a comunidade judaica e com o povo australiano", escreveu o ministro nas redes sociais.

O ex-policial e fotógrafo freelancer Marzo Meagher também morreu no ataque. O Randwick Rugby Club, do qual ele fazia parte, prestou homenagem:
"Para ele, foi simplesmente um caso catastrófico de estar no lugar errado na hora errada. Marzo, como era conhecido, era uma figura muito querida e uma lenda absoluta em nosso clube. Com décadas de envolvimento voluntário, ele era uma das figuras centrais e a alma do Randwick Rugby. A trágica ironia é que ele passou tanto tempo na perigosa linha de frente como policial e foi assassinado na aposentadoria, enquanto tirava fotos em sua profissão que tanto amava. É realmente difícil de compreender".

(Foto: Reprodução)

Outras vítimas incluem membros ativos da comunidade judaica local, idosos que participavam do evento com familiares e voluntários conhecidos em Sydney, como Marika Pogany, de 82 anos.

As investigações seguem em andamento, enquanto a comunidade judaica e a população australiana prestam homenagens às vítimas do ataque.