O Brasil caminha para se consolidar como uma potência global na exportação de carne suína. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o país deve ultrapassar o Canadá e assumir, ainda em 2025, a terceira posição entre os maiores exportadores do mundo.
A produção nacional deve chegar a 5,55 milhões de toneladas em 2025, com expectativa de crescimento para 5,7 milhões em 2026, uma alta de 2,7%.
As exportações seguem em forte ritmo, mesmo com a redução das compras chinesas. De janeiro a outubro de 2025, houve alta de 12,9% no volume exportado e 22% na receita. Para o ano, a ABPA projeta 1,49 milhão de toneladas, superando a estimativa do Canadá, entre 1,3 e 1,35 milhão de toneladas. Filipinas, China e Chile seguem como principais destinos, enquanto mercados como Japão (+25%), Vietnã (+24%) e México também registraram avanços, conforme destacou o presidente da entidade, Ricardo Santin.
O desempenho brasileiro é impulsionado por fatores internos e externos. A estabilidade nos preços de insumos como milho e soja, somada à expectativa de câmbio entre R$ 5,40 e R$ 5,50, cria um ambiente favorável para 2026. Além disso, problemas sanitários em concorrentes tradicionais, especialmente a Peste Suína Africana na Europa, afetam países como a Espanha e ampliam o espaço para o Brasil no mercado global.
A demanda asiática permanece firme. As Filipinas, maior destino da carne suína brasileira, enfrentam novas ondas de PSA e têm ampliado suas importações.
No mercado interno, a oferta também está em crescimento. A disponibilidade deve alcançar 4,06 milhões de toneladas até o fim de 2025, alta de 2,7%. O consumo per capita deve chegar a 19 quilos por habitante este ano.