Economia Agronegócio
Brasil deve ampliar exportações de carnes em 2025, diz ABPA
Setor projeta alta nas vendas externas de frango e suíno após recuperação de gripe aviária.
04/12/2025 09h24
Por: Amanda Lafayette Fonte: G1
Foto: Reprodução/ Shutterstock

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou nesta quarta-feira (3) que as exportações brasileiras de carne de frango devem chegar a até 5,32 milhões de toneladas em 2025, superando as 5,295 milhões embarcadas em 2024.

O avanço vem mesmo após o embargo temporário imposto por diversos países, consequência do registro de um caso de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro (RS), em maio. Com a situação controlada e sem novos episódios, mercados como a China retiraram as restrições, impulsionando os embarques.

Em agosto, quando o país ainda sofria com as proibições, a ABPA havia reduzido suas projeções para o ano, projetando uma queda de 2%, principalmente por conta do embargo chinês. Em novembro, a China voltou a comprar o produto brasileiro.

"Nem nos meus melhores sonhos esperava chegar na coletiva e anunciar dados positivos", disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Para 2026, a ABPA prevê exportações de até 5,5 milhões de toneladas de carne de frango. A produção nacional também deve crescer, alcançando 15,3 milhões de toneladas em 2025, ante 14,972 milhões em 2024. Em 2026, o volume pode chegar a 15,6 milhões.

Santin afirmou ainda que, caso a gripe aviária volte a ocorrer em 2026, o impacto tende a ser menor, já que o Brasil ampliou o número de países que adotam restrições regionalizadas — limitadas à área afetada. Segundo ele, o país perdeu entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões devido ao episódio, valor bem inferior aos prejuízos dos EUA, que ainda enfrentam surtos e acumulam perdas “de trilhões de dólares”.

Carne suína (Foto: Reprodução)

Carne suína

As exportações brasileiras de carne suína devem atingir 1,49 milhão de toneladas em 2025, acima das 1,35 milhão registradas em 2024. Para 2026, a projeção é de 1,55 milhão de toneladas.

A produção também deve crescer: são esperados 5,55 milhões de toneladas em 2025, ante 5,3 milhões em 2024. Em 2026, o volume pode alcançar 5,7 milhões de toneladas.

De acordo com Santin, o Brasil pode se tornar já em 2025 o terceiro maior exportador mundial de carne suína. O avanço deve ser impulsionado pelos casos de peste suína africana na Espanha, maior produtor da União Europeia e terceiro do mundo.

O país europeu identificou o vírus em dois javalis encontrados mortos perto de Barcelona, segundo o Ministério da Agricultura. Não há registros em porcos domésticos. Ainda assim, cerca de um terço dos certificados de exportação espanhóis foi bloqueado, afirmou o ministro da Agricultura, Luis Planas.

A China, grande compradora de miúdos, também impôs restrições. Para Santin, o cenário abre espaço para o Brasil ampliar sua participação no mercado global.