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PF deflagra nova fase de operação contra desvio de recursos na saúde
Ação cumpre mandados no RS e em SP e mira grupo suspeito de desviar mais de R$ 340 milhões destinados a hospitais.
26/11/2025 09h51
Por: Amanda Lafayette Fonte: Agência Brasil
Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (25) uma nova fase da Operação Paralelo Cinco para desarticular uma organização criminosa suspeita de desviar recursos da área da saúde nos municípios de Jaguari (RS) e Embu das Artes (SP). Ao todo, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva.

Vinte investigados também foram alvo de medidas cautelares, incluindo afastamento de funções, suspensão de atividades econômicas, restrição de acesso a órgãos públicos e proibição de contato entre os envolvidos.

A investigação começou em janeiro de 2024 e apura o uso de empresas de fachada e entidades intermediárias para desviar recursos públicos. Segundo a PF, um grupo de empresários de Porto Alegre assumiu a gestão dos hospitais dos dois municípios e recebeu mais de R$ 340 milhões entre 2022 e agosto de 2025, valores oriundos de repasses municipais, estaduais e federais.

De acordo com as apurações, o grupo emitia notas fiscais falsas e distribuía rapidamente o dinheiro para diversas contas, sem relação com os serviços contratados. Os recursos, que deveriam financiar os hospitais, eram usados para despesas pessoais, como aluguéis de imóveis de luxo, viagens e salários elevados para pessoas que não prestavam serviços.

O Juízo das Garantias da 2ª Vara Federal de Santana do Livramento determinou a intervenção nos hospitais e autorizou medidas de bloqueio de bens. Foram sequestrados 14 imóveis, apreendidos 53 veículos e uma embarcação. Também houve bloqueio de mais de R$ 22,5 milhões em contas bancárias.

A PF prossegue com a investigação de novos elementos de informação, aprofundar o rastreamento de ativos e reforçar o conjunto probatório. Os suspeitos devem responder por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e outros crimes. A ação contou com apoio do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul e da Controladoria-Geral da União.