Polícia Homicídio
Madrasta mata menina de 7 anos enforcada com cinto e se entrega em delegacia no DF
A madrasta alegou em depoimento ter cometido o crime após a criança dizer que preferia morar com uma vizinha.
22/11/2025 09h27
Por: Amanda Lafayette Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução

Uma criança de 7 anos que foi morta por estrangulamento pela madrasta, Iraci Bezerra dos Santos Cruz, de 43 anos, na Estrutural (DF), havia conversado com a mãe na véspera do crime, pedindo para voltar para casa. A madrasta se entregou à Polícia Civil e confessou o crime

A mãe, Fabiana Marinho, desabafou em uma entrevista que não conseguiu buscar a filha a tempo: "Eu falei: 'Amanhã, a mamãe vai te buscar'. E fui buscar minha filha morta".

O caso ocorreu na sexta-feira (21). A madrasta Iraci Bezerra alegou em depoimento ter cometido o crime após a criança dizer que preferia morar com uma vizinha.

A criança morava com o pai e a madrasta na Estrutural devido aos estudos, enquanto a mãe e os irmãos vivem em Valparaíso de Goiás (GO). A intenção era que a menina voltasse a morar com a mãe ao final do ano letivo, mas Fabiana afirma que a filha estava insistindo para sair da casa do pai.

A mãe e a irmã da vítima relataram que a criança manifestava medo e não queria voltar para a casa do pai. A irmã contou que na segunda-feira da semana do crime, a menina chorava e dizia: "Eu não quero ir [para a casa do pai]".

A família também relatou o comportamento agressivo e o uso de drogas por parte da madrasta, além de uma grave denúncia anterior:

"Uma vez ela chegou em casa e falou: 'Mãe, minha madrasta tentou matar meu pai, botou veneno para ele comer'", relembra a irmã.

Fabiana Marinho acusa o pai de negligência: "O pai dela foi negligente de deixar minha filha com essa mulher. Disseram que essa mulher estava drogada há três dias. Eu quero justiça, quero que ele pague também."

O pai da criança, em depoimento, afirmou que a madrasta morava com ele e a filha há cerca de um ano e que a convivência entre as duas era "dentro da normalidade".

A Polícia Civil do DF classificou a morte como feminicídio, com incidência da Lei Henry Borel (que protege contra a violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente), e os seguintes agravantes:

A pena pode chegar a 40 anos de prisão. A madrasta, que será submetida a audiência de custódia, já possuía um mandado de prisão em aberto expedido pelo Estado do Pará por um homicídio praticado contra o ex-companheiro, fato que ela nega.

A mãe descreve a filha como "amorosa, carinhosa, educada, sensível" e cobra justiça pela morte da menina.