A fila de espera para o reconhecimento inicial do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) atingiu 2,862 milhões de pessoas em outubro, uma alta de cerca de 49% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em outubro de 2024, havia 1,918 milhão de pedidos na fila.

Diante do aumento, o órgão instituiu, na quarta-feira (19), um comitê estratégico para monitorar e sugerir soluções que reduzam o volume de requerimentos de benefícios. A medida concentra esforços nos 920 mil processos que estão sob a governabilidade da autarquia — equivalente a 32% do estoque total em outubro.

Evolução da fila em 2025:
• janeiro: 2,346 milhões de pedidos
• fevereiro: 2,529 milhões de pedidos
• março: 2,707 milhões de pedidos
• abril: 2,679 milhões de pedidos
• maio: 2,565 milhões de pedidos
• junho: 2,443 milhões de pedidos
• julho: 2,562 milhões de pedidos
• agosto: 2,627 milhões de pedidos
• setembro: 2,778 milhões de pedidos
• outubro: 2,862 milhões de pedidos

Na fila de benefícios por Incapacidade Temporária, há 1,324 milhão de pedidos, dos quais apenas 25% estão sob responsabilidade direta do INSS. Já o BPC (Benefício de Prestação Continuada) soma 897 mil solicitações, e somente 13% delas dependem exclusivamente da autarquia.

Comitê vai monitorar avanços e destravar processos

O novo colegiado será encarregado de acompanhar a evolução do estoque, sugerir ações de otimização e articular as áreas técnicas para destravar pedidos. Os relatórios serão entregues quinzenalmente à presidência do INSS, com foco em dar máxima agilidade aos processos que podem ser resolvidos internamente. O comitê tem prazo de atuação até 30 de junho de 2026.

Segundo o INSS, a iniciativa é um passo importante para organizar e acelerar a análise dos requerimentos.

Do total de 2,86 milhões de processos pendentes, 68% (1,94 milhão) dependem de ações de outros órgãos. Veja os principais entraves:

• Atualização de sistema: Cerca de 23% da fila (660 mil pedidos) são BPC sobrestados, aguardando atualização da Dataprev para o novo cálculo da renda familiar. Sem essa adequação, o INSS está legalmente impedido de avançar.
• Avaliação Médica: Aproximadamente 35% da fila (quase 1 milhão de pedidos) depende de perícia médica para benefícios por incapacidade. Hoje, 75% desses pedidos esperam o exame pericial.
• Ação do Segurado: Parte dos processos aguarda o cumprimento de exigências por parte do próprio segurado para que possa seguir para análise.