Um boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), com base em dados de 2019 a 2024, revela que os profissionais ligados à agricultura, pesca e áreas florestais são as maiores vítimas de acidentes com animais peçonhentos no trabalho. Das 3.546 ocorrências registradas no período, 46,95% (1.665 casos) envolveram trabalhadores desses três setores.

A alta incidência nesses setores é diretamente ligada ao local dos acidentes. O boletim da Célula de Vigilância em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Cevit) aponta que mais da metade dos casos (59,4%) ocorreu em zonas rurais.

Chama a atenção a mudança no cenário nos últimos cinco anos:

• O número de acidentes na zona rural cresceu 20%.
• Os casos em territórios urbanos caíram 43%.

Os acidentes de trabalho são amplamente dominados por três grupos de animais, liderando o ranking com folga:

• Escorpiões com 1.399 casos
• Serpentes com 1.142 casos
• Abelhas com 715 casos

O relatório também destaca que 78% das vítimas são homens, o que é atribuído à sua maior participação em atividades extrativistas e agropecuárias. Os acidentes são mais comuns entre adultos, concentrando-se nas faixas etárias de 20 a 34 anos (31% dos casos) e 35 a 49 anos (30%)

O boletim reitera que a melhor forma de combate é a prevenção, sugerindo:

• Programas educativos para conscientização sobre os riscos.
• Uso constante de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
• Manutenção e limpeza adequadas do ambiente de trabalho, especialmente em zonas rurais com vegetação rasteira.