O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Dívida, aprovado nesta quarta-feira (12), negou que haja um "rombo" de R$ 3,6 bilhões deixado pela gestão anterior da Prefeitura de Teresina.
Segundo o presidente da CPI na Câmara de Teresina, vereador Dudu (PT), as dívidas denunciadas como "rombo" pelo prefeito Silvio Mendes (União Brasil) são despesas correntes do município.
No entanto, Dudu afirmou que a comissão identificou indícios de irregularidades nas contas da gestão anterior, como na compra de terrenos com dinheiro dos empréstimos do Banco do Brasil — que, somados, totalizaram R$ 720 milhões.
O presidente da CPI citou o exemplo do Hospital da Mulher, cuja construção foi anunciada em 2022. De acordo com o vereador, o terreno no qual as obras foram feitas valia R$ 2 milhões, mas foi comprado por R$ 16 milhões.
Dudu mencionou ainda a bacia da galeria da Avenida Maranhão, na Zona Sul da capital. O relatório afirmou que o IPTU do terreno, embora esteja escriturado em R$ 7 milhões, é pago por R$ 72 mil — 1% do valor.
Após a aprovação dentro da própria comissão, o relatório será lido no plenário da Câmara de Teresina antes de ser entregue à Prefeitura e aos órgãos de controle.
Além da Prefeitura, cinco órgãos diferentes receberão o documento: Ministério Público do Piauí, Ministério Público Federal, Tribunal de Contas do Piauí, Tribunal de Contas da União e Ordem dos Advogados do Brasil.