Geral Saúde e Ciência
Tomar 1 xícara de café por dia pode reduzir em 39% o risco de arritmia cardíaca, sugere estudo
Pesquisa inédita dos EUA e Austrália quebra o paradigma de que pacientes cardíacos devem evitar a bebida, indicando que a cafeína pode ser protetora contra batimentos irregulares.
12/11/2025 07h50
Por: Amanda Lafayette Fonte: Agência Brasil
Foto: Reprodução

Beber uma xícara de café diariamente pode reduzir em 39% o risco de recorrência de arritmia cardíaca, os batimentos irregulares e rápidos. A conclusão é de um estudo inédito realizado pela Universidade da Califórnia, em São Francisco (UCSF), nos Estados Unidos, e pela Universidade de Adelaide, na Austrália.

O estudo sugere que, ao contrário da crença médica tradicional, o consumo moderado de café pode ser benéfico para o coração.

O eletrofisiologista da UCSF, Gregory Marcus, explicou os possíveis motivos: “a cafeína é também um diurético, que pode reduzir a pressão arterial e, portanto, diminuir o risco de arritmia. Muitos outros ingredientes presentes no café também têm propriedades anti-inflamatórias que podem apresentar resultados positivos”, diz, em nota publicada pelo site Science Daily

Testes em Pacientes com Fibrilação Atrial

Para chegar à conclusão, os pesquisadores conduziram testes clínicos com 200 pacientes que apresentavam quadros constantes de arritmia cardíaca (fibrilação atrial).

Todos os participantes foram submetidos a uma cardioversão elétrica (choque elétrico para restaurar o ritmo normal). Em seguida, foram divididos em dois grupos por seis meses:

1.    Um grupo bebia uma xícara de café com cafeína por dia.

2.    O outro grupo deixou de tomar qualquer substância com cafeína.

Ao final do estudo, o grupo que bebeu café teve risco 39% menor de ter o retorno da arritmia. Um dos autores do estudo, Christopher Wong, da UCSF, explica que a pesquisa quebra um paradigma na medicina sobre o consumo de café por pessoas com problemas cardíacos.

“Médicos sempre recomendaram aos pacientes com arritmia cardíaca minimizar o consumo de café, mas esse teste sugere que o seu consumo é seguro e pode até mesmo proteger o indivíduo,” opinou.

A fibrilação atrial atinge cerca de 10 milhões de adultos nos Estados Unidos e é mais comum em pessoas acima dos 60 anos ou com sobrepeso.