A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou nesta quarta-feira, 22 de outubro, em Porto Alegre (RS), um pacote de ações que visa escoar até 630 mil toneladas de arroz da safra 2024/25. O objetivo é reequilibrar os preços de mercado, garantir renda aos produtores e evitar que eles troquem o cultivo do arroz por outras culturas. O investimento previsto é de R$ 300 milhões, por meio de instrumentos da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
O presidente da Conab, Edegar Pretto, apresentou as medidas ao lado de representantes da Federarroz e da Abiarroz. Serão utilizados três mecanismos:
· Prêmio para Escoamento de Produto (PEP);
· Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro);
· Aquisições do Governo Federal (AGF).
Os mecanismos PEP e Pepro devem movimentar cerca de 500 mil toneladas, e o AGF prevê a compra de 130 mil toneladas para os estoques públicos.
As operações devem começar em até 15 dias. Atualmente, o preço pago ao agricultor no Rio Grande do Sul está em torno de R$ 58 por saca de 50 quilos, valor abaixo do preço mínimo fixado em R$ 63,64. Pretto ressaltou que o produtor precisa ter segurança para plantar arroz e que a medida busca evitar o abandono da cultura.
Segundo levantamento do Cepea, o valor médio do arroz atingiu o menor patamar desde setembro de 2011. Os custos de produção não estão sendo cobertos pelos preços de venda, o que desanima os agricultores e pode levar à redução da área cultivada.
Dênis Dias Nunes, presidente da Federarroz, considerou o pacote um avanço, destacando a antecipação de parte dos recursos previstos para contratos da safra de 2026 para 2025.
Já a diretora executiva da Abiarroz, Andressa Silva, afirmou que o apoio à comercialização é mais positivo do que a compra direta pelo governo, pois evita distorções de mercado no médio e longo prazo. Ela também defendeu medidas estruturantes, como incentivo à exportação e redução de custos, já que o arroz brasileiro é mais caro que o dos concorrentes do Mercosul.
A Conab estima queda de 3,1% na área cultivada e de 10,5% na produção na próxima safra, totalizando 938,1 mil hectares e 7,8 milhões de toneladas.
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