Para impulsionar o setor energético no Maranhão, o Porto do Itaqui recebeu o navio sísmico Ramform Titan, da empresa norueguesa TGS. Considerado um dos mais potentes do mundo em sua categoria, o navio é responsável por pesquisas na Margem Equatorial brasileira, voltadas à identificação de potenciais reservas de petróleo e gás. Nesta quarta-feira, 22, o navio foi aberto à visitação pública no terminal portuário maranhense em evento que contou com a presença de autoridades do governo do Maranhão, da diretoria do Porto do Itaqui, da GASMAR, da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e da TGS, que apresentou o funcionamento da embarcação.
Durante a programação houve falas institucionais, apresentação sobre a operação sísmica no Maranhão e visita técnica ao navio, onde foram demonstradas as tecnologias embarcadas. “Com a chegada desse navio, o Porto do Itaqui reafirma que está pronto para atuar de forma estratégica nas futuras etapas do setor energético nacional, consolidando-se como um ponto de conexão entre inovação, tecnologia e desenvolvimento econômico”, destacou a presidente do Porto do Itaqui, Oquerlina Costa.
Por meio de ondas sonoras, o navio faz uma espécie de “raio-x geológico” do subsolo marinho, permitindo identificar áreas com potencial para acumulação de petróleo e gás natural. Atualmente, a TGS conduz projetos de aquisição de dados sísmicos 3D nas bacias de Barreirinhas e Pará-Maranhão, com estimativas que indicam um potencial de 20 a 30 bilhões de barris de petróleo na região.
Para o governador do Maranhão, Carlos Brandão, o primeiro passo para a exploração começa com a pesquisa sísmica. “As estimativas são muito positivas e representam uma oportunidade significativa para a geração de empregos, aumento da renda e desenvolvimento econômico no nosso estado”, enfatizou o governador.
A TGS, empresa responsável pela operação do navio Ramform Titan, detém a maior biblioteca de dados sísmicos do mundo e considera o Brasil um dos principais polos globais para a exploração de petróleo. O país figura entre os três maiores mercados da companhia, sendo reconhecido como uma região estratégica devido ao seu vasto potencial exploratório, especialmente na Margem Equatorial, da qual o Maranhão é um dos integrantes.
De acordo com o executivo da empresa, João Correa, a TGS está atualmente conduzindo dois projetos significativos de aquisição de dados sísmicos 3D na Margem Equatorial: o PAMA Fase 2, no Pará, e o MegaBar, no Maranhão. “Esses projetos visam expandir o conhecimento geológico da região, proporcionando informações valiosas para a futura exploração e produção de hidrocarbonetos. Essa base vai ser fundamental para o país manter sua autossuficiência a partir da reserva da margem Equatorial”, pontuou.
A chegada do Ramform Titan ao Porto do Itaqui ocorre na mesma semana em que houve um avanço das operações na Margem Equatorial. Na segunda-feira, 20, a Petrobras obteve licença do Ibama para perfurar um poço exploratório em águas profundas do Amapá, reforçando o potencial estratégico da região.
Agora, as expectativas é de que sejam iniciados diálogos com a Petrobras e com a Agência Nacional de Petróleo para que o processo de perfuração de petróleo aconteça no Maranhão. “Hoje é um dia histórico para o Maranhão. A indústria de petróleo do planeta está interessada no nosso estado. A partir de agora, há vários passos a serem seguidos. Vamos conversar com a Petrobras, com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) para fazer a construção desse processo de perfuração o mais rápido possível no Maranhão”, explicou o presidente da Gasmar, Allan Kardec.