A Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Estado do Maranhão, localizada no bairro Mondubim, em Fortaleza, vive um clima de tensão e medo após sofrer ameaças atribuídas a uma organização criminosa.
Professores, alunos e pais relatam violência e intimidações constantes nas proximidades e até mesmo em frente à unidade. O sentimento de insegurança aumentou no dia 2 de outubro, quando um ex-aluno foi assassinado a poucos metros da escola. A vítima teria sido morta por suspeitos de integrar uma facção criminosa que o acusava de colaborar com um grupo rival.
Cinco dias depois, em 7 de outubro, dois homens em uma motocicleta pararam em frente à escola, dispararam tiros para o alto e gritaram frases como “aqui quem manda é o crime”.
O ataque aconteceu durante a saída das aulas, momento em que pais aguardavam os filhos, o que causou pânico e correria.
Desde o episódio, muitos alunos deixaram de frequentar as aulas, e o turno da tarde chegou a ser suspenso em alguns dias por segurança.
A situação não é inédita. Em abril deste ano, a escola já havia sido alvo de uma tentativa de extorsão.
Na ocasião, uma pessoa ligou afirmando ser integrante de uma facção criminosa que controlaria o bairro e exigiu R$ 2.500 para permitir o funcionamento da unidade. O criminoso ameaçou invadir o prédio e roubar veículos de professores caso o valor não fosse pago.
Um boletim de ocorrência foi registrado, mas muitos depoimentos não foram concluídos por medo de represálias.
Em nota, a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) informou que atua em conjunto com os órgãos de segurança pública para prevenir situações de violência e que, ao tomar conhecimento das ameaças, acionou imediatamente as instituições responsáveis para adoção das medidas cabíveis.
Já a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) declarou que realiza patrulhamentos de rotina nas imediações da escola e que os casos estão sendo investigados pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e pelo 8º Distrito Policial.
Enquanto aguardam providências, professores e alunos seguem tentando manter a rotina escolar em meio ao medo e à incerteza sobre a segurança na região.