Brasil Saúde
Paciente que recebeu transplante errado volta a lista de espera como prioridade, diz Ministério da Saúde
Paciente que deveria ter recebido o órgão também é priorizado, segundo o governo. Transplante de rim foi realizado Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal.
26/09/2025 14h25
Por: Fabio Brito Fonte: G1

O paciente que recebeu um transplante de rim errado voltou para a lista de espera por um órgão como prioridade, anunciou o Ministério da Saúde nesta quinta-feira (25). O paciente que deveria ter recebido o rim também foi recolocado como prioridade na lista nacional de transplantes.

O caso aconteceu no Hospital Universitário Onofre Lopes. Um paciente recebeu o rim no lugar de outro após uma confusão com os nomes parecidos dos dois.

Como o órgão não era compatível com tipo sanguíneo, o paciente que o recebeu apresentou reação e precisou ser levado para a UTI. Ele recebeu alta da UTI no último dia 22 e segue internado. O órgão implantado foi perdido.

"Os dois pacientes, tanto o que recebeu o rim por engano quanto aquele que deveria ter recebido, foram recolocados como prioridade na lista nacional de transplantes. Caso surja algum órgão compatível, eles serão os primeiros a receber. Essa medida foi tomada visando reduzir o prejuízo físico e emocional aos dois pacientes afetados", informou o Ministério da Saúde em nota divulgada nesta quinta-feira (25).

O ministério ainda informou que determinou que o paciente que recebeu um transplante errado receba assistência integral do SUS, com atendimento clínico, psicológico e medicamentoso.

O governo confirmou que o erro ocorreu internamento, no hospital, no processo de convocação do paciente.

"A Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Transplantes seguirá acompanhando a evolução clínica dos pacientes e todas as medidas adotadas pelo hospital", disse a nota.

O Brasil possui o maior sistema público de transplante do mundo e realizou mais de 30 mil procedimentos em 2024, segundo o governo.

Apurações

O Huol é um hospital público, vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A unidade de saúde informou que abriu procedimento interno para apuração do caso.

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte informou que o hospital não procurou a delegacia e não há registro de ocorrência sobre o caso.

Já a coordenadora da Central de Transplantes do Rio Grande do Norte, Rogéria Medeiros, informou que a Central repassou o nome correto ao hospital. Segundo ela, a Central nem inscreve paciente na fila, nem convoca paciente para o transplante.

"A Central apenas gerencia a fila. Quando há um órgão disponível para doação a Central avalia qual o paciente mais compatível da fila e comunica o hospital. É o hospital que entra em contato com o paciente para dar prosseguimento ao procedimento", disse.

Paciente errado

O receptor errado foi convocado para a cirurgia e acabou recebendo o órgão, que não era compatível com tipo sanguíneo dele. Após a cirurgia, ele apresentou reação e precisou ser levado para a UTI. O rim foi retirado e não pôde mais ser aproveitado para o destinatário correto.

Segundo o estabelecimento de saúde, o paciente teve alta da UTI no dia 22 e segue na enfermaria. O hospital informou que acompanha o quadro clínico do paciente, abriu investigação com prazo de até 60 dias e disse que está oferecendo apoio psicológico.

Em nota, o hospital ressaltou que "é referência no Rio Grande do Norte e no Brasil, em transplantes de rim e de córnea, tendo realizado 854 procedimentos ao longo de sua trajetória, com uma equipe qualificada em tratamentos de alta complexidade".