Agricultura Sustentabilidade
Citrosuco e Itaú lançam programa para tornar produção de citros mais resiliente ao clima
Iniciativa vai atuar em 45 mil hectares com práticas como capina ecológica, uso racional de água e geração de créditos de carbono
26/09/2025 08h56
Por: Amanda Lafayette Fonte: Agro Estadão
Foto: Reprodução/Internet

A produção de citros ganhou um novo programa voltado à sustentabilidade. A iniciativa, chamada de ‘Programa Brasileiro de Citros para Adaptação Climática’, será voltada inicialmente para uma área de 45 mil hectares, o equivalente a mais de 63 mil campos de futebol. A ação foi anunciada pela Citrosuco, uma das maiores exportadoras de suco de laranja do mundo, e pelo Itaú BBA durante a semana do clima, em Nova York.

O programa combina práticas agrícolas regenerativas, inovação e a geração de créditos de carbono. Entre as práticas previstas estão o uso racional da água, adubos verdes, capina ecológica e controle preventivo de pragas, como o greening, considerada a principal ameaça à citricultura global. O projeto também contempla áreas de expansão da citricultura no Cerrado, nova fronteira da produção de laranja no Brasil.

A Citrosuco vai atuar no engajamento de produtores parceiros, apoio no combate ao greening e orientação em certificações socioambientais. Para Clauber Andrade, Chief Legal Corporate Affairs Officer da Citrosuco, a parceria reforça os compromissos da empresa na agenda ESG 2030.  “Seguimos investindo para sermos protagonistas na transformação da cadeia de valor e na geração de impacto positivo para a sociedade e o planeta”, disse em comunicado. 

Já o Itaú será responsável pela estruturação técnica do programa e pela negociação com compradores de créditos de carbono.

“Estamos viabilizando práticas regenerativas que fortalecem a citricultura, geram créditos de carbono e promovem ganhos reais para os produtores”, afirmou Maria Belen Losada, head de produtos de carbono do Itaú Unibanco.

Uma pesquisa recente da Embrapa Territorial e da Fundecitrus estimou os estoques de carbono da biomassa viva em pomares de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e do Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais. O estudo encontrou que cerca de 8,4 milhões de megagramas de carbono (Mg C) com estoque de aproximadamente 162 milhões de laranjeiras com mais de 3 anos, espalhadas por 337 mil hectares. Os pesquisadores também apontam que cada árvore fixa em média 4,28 kg de carbono por ano e cada hectare de pomar armazena cerca de 25 Mg de C.