Polícia Caso Gari
Justiça bloqueia R$ 1,2 milhão de empresário que matou gari e da esposa delegada
Dinheiro e bens de Renê Nogueira e da esposa, delegada da Polícia Civil, poderão ser usados para indenização à família da vítima
18/09/2025 08h32
Por: Amanda Lafayette Fonte: CNN
Foto: Reprodução/Acervo pessoal

A Justiça de Minas Gerais determinou o bloqueio de mais de R$ 1,2 milhão em contas e aplicações financeiras de Renê da Silva Nogueira Júnior, réu confesso pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, e da esposa dele, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira.

O crime aconteceu no dia 11 de agosto, quando Renê, após se irritar no trânsito, atirou contra o trabalhador. Ele foi preso ainda no mesmo dia em uma academia de luxo. A arma usada pertencia à delegada, que foi indiciada pela Corregedoria da Polícia Civil por prevaricação.

A decisão judicial atende a um pedido feito pela filha de Laudemir, de 15 anos, que solicita indenização por danos morais, pensão mensal e custeio de sessões de terapia. Também foi requerido o bloqueio de imóveis do casal e o acesso às declarações de imposto de renda.

Paralelamente, a viúva de Laudemir, Liliane França da Silva, entrou com uma ação na Justiça de Contagem pedindo indenização por dano moral contra Renê e Ana Paula. Esse processo ainda aguarda decisão.

O crime ocorreu na esquina das ruas Jequitibá e Modestina de Souza, em Belo Horizonte. Testemunhas relataram que Laudemir trabalhava na coleta de lixo quando o empresário exigiu que o caminhão fosse retirado para que pudesse passar com seu carro, um veículo elétrico BYD.

A motorista do caminhão afirmou que havia espaço suficiente, mas Renê teria se irritado e chegou a ameaçar atirar nela. Os garis tentaram acalmar a situação, porém ele disparou contra Laudemir. A vítima foi socorrida pela Polícia Militar e levada ao hospital, mas não resistiu.

Laudemir, de 44 anos, deixou uma filha adolescente, a namorada e uma enteada. Segundo familiares, era dedicado ao trabalho e estava prestes a ser promovido. A Prefeitura informou que ele prestava serviços por meio de uma empresa terceirizada de limpeza urbana.