Nesta quarta-feira (17), o Ministério da Saúde abriu uma consulta pública para discutir a incorporação da vacina contra o herpes zóster no Programa Nacional de Imunização (PNI). A proposta contempla idosos com 80 anos ou mais, e indivíduos imunocomprometidos a partir de 18 anos.
A consulta ficará aberta até 6 de outubro na plataforma Participa + Brasil, onde qualquer pessoa pode enviar opiniões e sugestões. Até o momento, já foram registradas 75 contribuições.
O herpes-zóster, conhecido como cobreiro, é causado pela reativação do vírus da catapora (varicela-zóster) e afeta principalmente idosos e pessoas com baixa imunidade. Entre 2008 e 2024, o SUS contabilizou mais de 85 mil atendimentos e 30 mil internações por causa da doença, além de 1.567 mortes associadas entre 2007 e 2023.
No relatório preliminar, a Conitec se posicionou contra a incorporação da vacina devido ao alto custo. O valor negociado com o governo foi de R$ 403,30 por dose, o que representaria R$ 5,2 bilhões em cinco anos para imunizar 1,5 milhão de pessoas. "Para essa recomendação preliminar reconheceu-se a importância da vacina do herpes-zóster, mas considerações adicionais sobre a oferta de preço devem ser negociadas para que se chegue a um valor de impacto orçamentário sustentável", diz o documento.
A vacina em análise é a Shingrix, aprovada no Brasil em 2022, aplicada em duas doses e atualmente comercializada no setor privado por cerca de R$ 800 cada.
“A incorporação da vacina contra o herpes-zóster ao SUS representa um avanço significativo na promoção da saúde preventiva no Brasil, além de proteger as populações mais vulneráveis como idosos e adultos imunocomprometidos”, defende o infectologista Jessé Reis Alves, gerente médico de vacinas da GSK, em nota.