A morte do comentarista conservador Charlie Kirk, assassinado na última quarta-feira em Utah, desencadeou uma onda de especulações e teorias infundadas nas redes sociais, antes mesmo que detalhes oficiais fossem divulgados.

Diversos usuários publicaram fotos de pessoas sem qualquer relação com o caso, incluindo um idoso canadense que estava a mais de 3.000 km de distância no momento do crime, e uma mulher transgênero, falsamente apontada como autora do disparo. Comentários sugeriram, sem provas, que o atirador seria um franco-atirador de direita ou um agente estrangeiro, enquanto outros alegaram que se tratava de um militante liberal.

Segundo especialistas, esse tipo de reação já se tornou padrão em tragédias nos Estados Unidos. “Os fatos acabam sendo secundários diante da narrativa política que se quer reforçar”, afirmou Jared Holt, pesquisador da Open Measures, organização que monitora operações de influência online.

Influenciadores conservadores, como Mike Cernovich, chegaram a afirmar que o autor do crime seria um “soldado ideológico financiado por bilionários da esquerda”. Vídeos de um homem branco sendo detido pela polícia circularam amplamente, apesar de as autoridades confirmarem horas depois que ele não era o suspeito.

O assassinato de Kirk, fundador da organização conservadora Turning Point USA, foi rapidamente envolto em um ambiente digital marcado por mentiras deliberadas, erros honestos e especulações precipitadas — um reflexo da polarização política e da velocidade com que a desinformação se espalha online.