Nesta terça-feira (9), lideranças do setor sucroenergético do Nordeste foram recebidas pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em Brasília. O encontro, articulado pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), teve como foco a busca de apoio para medidas emergenciais que aliviem os impactos da tarifa de até 50% imposta pelos Estados Unidos (EUA) sobre o açúcar brasileiro.
Alexandre Andrade Lima, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) explicou que o pedido central é a inclusão de uma subvenção de R$ 12 por tonelada de cana para cerca de 26 mil produtores independentes do Norte e Nordeste. “A tarifa chega justamente no início da moagem, agravando a situação dos produtores da região”, afirmou Lima.
Segundo ele, cerca de 90% da produção nordestina é baseada na agricultura familiar e envolve ainda comunidades indígenas e quilombolas. A demanda deve ser levada ainda no fim da tarde desta terça ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, com quem os representantes também têm agenda.
O pleito é para que a solicitação seja inserida na tramitação da Medida Provisória nº 1.310. A MP abre crédito extraordinário de R$ 30 bilhões para financiar o Plano Brasil Soberano, lançado em 13 de agosto pelo governo federal para proteger exportadores brasileiros, preservar empregos e mitigar perdas causadas pelas sanções unilaterais dos EUA.
Além do efeito imediato das tarifas, os produtores nordestinos também apontam a queda nas cotações internacionais do açúcar, que estão no menor nível em quatro anos, como fator de risco. “Os preços estão em torno de 15,50 centavos de dólar por libra-peso. No ano passado, girava em torno de 20, e no ano anterior chegou a 26 ou 27 centavos por libra-peso. Essa queda prejudica diretamente o Consecana dos estados de Alagoas e de Pernambuco, que são os modelos utilizados na região”, ressalta.