Geral Governo
Fapema celebra os 413 anos de São Luís com mais investimentos em ciência e inovação
Atuação da Fapema nos últimos anos tem resultado no aumento do número de bolsas concedidas aos pesquisadores e no fortalecimento da produção cientí...
08/09/2025 15h40
Por: Redação Portal Verdes Campos Sat Fonte: Secom Maranhão

Conhecida, principalmente, por sua beleza arquitetônica, que lhe rendeu o título de Patrimônio Cultural Mundial, concedido pela Unesco em 1997, São Luís chega aos 413 anos nesta segunda-feira (8), tendo também muito o que comemorar na área científica.

A atuação estratégica da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) nos últimos anos tem resultado no aumento do número de bolsas concedidas aos pesquisadores e no fortalecimento da produção científica na capital maranhense.

Em 2023, um total de 2.575 mil pesquisadores contaram com o apoio da Fapema. Em 2024, o volume foi 35% maior, passando para 3.498 mil. Este ano, somente de janeiro a julho, já foram apoiadas 2.364 iniciativas científicas, o que representa 67% do total do ano anterior.

Mais bolsas concedidas sgnificam também aumento no volume de investimentos que a Fapema tem feito para fomentar a pesquisa científica e inovação em São Luís. Ao longo de 2023 foram investidos R$ 24.089.360,73. Já em 2024, o valor foi de R$ 33.222.353,72. Este ano, somados os investimentos de janeiro a julho, já foram destinados R$ 17.850.901,13 em recursos para a produção científica.

“O aniversário de São Luís celebra não apenas 413 anos de uma longa trajetória e uma rica história; ressalta também o olhar dos pesquisadores sobre as necessidades da cidade e sua disposição em buscar soluções e inovações que transformem a realidade da nossa capital, gerando desenvolvimento cultural, social e econômico. O Governo do Estado, por meio da Fapema, tem se dedicado a apoiar essas iniciativas”, destaca o presidente da Fapema, Nordman Wall.

Pensando São Luís

Através de estudos financiados pela Fundação, inúmeros pesquisadores têm se dedicado a pensarem as necessidades da cidade e sua população. O Centro Histórico de São Luís, por exemplo, inspira pesquisas científicas em diferentes áreas, desde a arquitetura patrimonial, ao desenvolvimento social, econômico e sustentável.

Mariely Ferreira dos Reis Luz, por meio da pesquisa :A morada reinventada: entre os entraves e as potencialidades da requalificação do patrimônio edificado como habitação de interesse social no Programa Nosso Centro”, se debruçou em como aliar a preservação do acervo arquitetônico da capital com políticas de combate ao déficit habitacional.

Segundo a pesquisadora, as ações de reforma e requalificação de edificações históricas como habitações de interesse social são essenciais, não apenas para a imagem da cidade, mas, sobretudo, para os aspectos de desenvolvimento econômico, social e de conservação patrimonial do conjunto arquitetônico como um todo.

“No decorrer da pesquisa, percebemos que a permanência dos moradores locais nessas regiões, além de contribuir para a construção da memória e do senso de identificação e pertencimento, rompe com a ideia de que a reabilitação do patrimônio cultural edificado está destinado às atividades lucrativas e relacionado em extensão às problemáticas da gentrificação e segregação social”, explica Mariely Ferreira dos Reis Luz.

Mariely também afirma que, por meio dos programas de incentivo a moradia no Centro Histórico de São Luís, os instrumentos de conservação e preservação do patrimônio histórico ficam mais fortalecidos. “Além disso, é importante lembrar da posição estratégica do Centro Histórico de São Luís, o qual é marcado por áreas de comércio, institucionais e administrativas já bem consolidadas e constituídas, o que facilita a vivência dos moradores nesse núcleo e em seus entornos”, completa.

Desenvolvimento econômico e social

Já Vanessa Geórgia Gonçalves Bastos Beckman pensou o potencial econômico do Centro Histórico de São Luís no estudo “Economia Solidária e Geração de Renda: uma análise das estratégias dos empreendimentos vinculados ao Centro de Referência Estadual de Economia Solidária - CRESOL/MA entre 2018 e 2022”.

Segundo a pesquisadora, entre os principais impactos da economia solidária para esses empreendedores está o aumento da renda, seja como fonte principal ou complementar para as famílias. No entanto, ela também observa obstáculos, como a sazonalidade das vendas, que afeta a estabilidade da renda, sendo especialmente desafiadora para empreendimentos menores e exigindo uma gestão financeira mais cuidadosa nos maiores. Outro obstáculo é a distância dos fornecedores, que encarece o transporte e dificulta a logística.

“Também foi identificado que muitos empreendimentos enfrentam dificuldades administrativas pela falta de conhecimento em gestão. Nesse sentido, programas de capacitação precisam ser ajustados para atender às necessidades reais de cada grupo”, propõe Vanessa Bastos Beckman.

Por outro lado, quando a renda dos empreendimentos cresce, os impactos são claros: melhora das condições de vida dos envolvidos e fortalecimento da economia local, aponta a pesquisadora. “Esses empreendimentos não apenas geram renda para os trabalhadores, como também atraem turistas e incentivam os próprios moradores a frequentar e a redescobrir a região. Dessa forma, acabam contribuindo para a revitalização e preservação desse patrimônio cultural”, completa Vanessa Beckman.

Preservação do meio ambiente

Mas não é apenas o Centro Histórico de São Luís que inspira pesquisas científicas. A biodiversidade ludovicense também é uma fonte fértil para os pesquisadores, ao mesmo tempo que destaca a preocupação da Fapema em apoiar projetos que visem a preservação ambiental.

Com foco no monitoramento e preservação dos manguezais, um dos principais ecossistemas presentes em São Luís, cuja área se estende por aproximadamente 35 mil hectares, abrangendo a própria capital e municípios vizinhos, um grupo de pesquisadores do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema) Tamancão, localizado no bairro Anjo Guarda, desenvolveu um dispositivo que está impactando a vida de pescadores da região.

O projeto “Guará 12 – Dispositivo de Monitoramento da Área Manguezal da Comunidade Tamancão”, coordenado pelo professor Luiz Frazão, une ciência e tecnologia às práticas tradicionais de pesca da comunidade. O CubeSat, mini satélite que faz parte do projeto também promove educação ambiental e incentiva a conservação dos manguezais.

Inovador, o sistema de monitoramento ambiental coleta  em tempo real, dados como temperatura, umidade, precipitação, luminosidade e nível das marés Tudo é transmitido via Wi-Fi para uma plataforma acessível pela comunidade, em especial os pescadores.

O equipamento também possui uma câmera que registra imagens do manguezal, gerando um banco de dados visual que complementa os dados climáticos e ambientais.

“Estes dados possibilitam que os pescadores planejem melhor suas atividades, informando, em tempo real, sobre o nível e situação da maré. Isso pode evitar perdas causadas por mudanças súbitas no clima ou maré, por exemplo. Essas informações facilitam a vida dos moradores, neste caso, da região do Tamancão”, explica o professor Felipe Frazão, coordenador do projeto.Outro recurso muito valorizado pela comunidade foi o sistema de alerta de chuvas, que já evitou prejuízos em várias ocasiões. Com o aviso, os pescadores podem se preparar antes de sair para a pesca. Isso auxilia no rendimento do trabalho e economiza tempo.

Estas e tantas outras pesquisas sobre a cidade mostram que o desenvolvimento científico se solidifica a cada novo aniversário. Com o suporte da Fapema, esses estudos saem do papel e oferecem aos ludovicenses a possibilidade de construir um futuro fundamentado no conhecimento científico.