Pressionada pelos juros elevados e pela desaceleração da atividade econômica, a geração de empregos com carteira assinada apresentou nova retração em julho. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram criados 129.778 postos formais no mês. O índice considera a diferença entre admissões e desligamentos.
O resultado é o mais baixo para meses de julho desde 2020, quando foram abertas 108.476 vagas, segundo a metodologia atual do Caged, adotada naquele ano. Na comparação anual, houve queda de 32,2%: em julho de 2024, haviam sido criados 191.373 empregos com carteira assinada (dados com ajuste, que incorporam declarações enviadas com atraso pelas empresas).
De janeiro a julho de 2025, foram abertas 1.347.807 vagas formais, uma redução de 10,35% frente ao mesmo período de 2024 e o menor desempenho desde 2023. No ano passado, o acumulado até julho havia registrado 1.311.751 novos postos de trabalho.
Apesar da queda no ritmo, todos os cinco grandes setores da economia abriram vagas em julho. O destaque ficou com o setor de serviços, responsável por 50.159 novos empregos, seguido do comércio, com 27.325 postos, e da indústria (transformação, extração e outros), que somou 24.426 vagas.
A construção civil também avançou, com 19.066 novos contratos, enquanto a agropecuária, impactada pelo fim da safra, criou 8.795 postos e ficou em quinto lugar.
No setor de serviços, o crescimento foi impulsionado por atividades de informação, comunicação, financeiras, imobiliárias e administrativas, que abriram 26.718 vagas, além do segmento de transporte, armazenagem e correios, com 11.668 postos.
Na indústria, a transformação liderou, com 22.834 vagas, seguida pela indústria extrativa, que criou 1.786 postos. Já o segmento de água, esgoto, gestão de resíduos e descontaminação registrou saldo negativo, com fechamento de 704 vagas.