Economia Safra 2025/26
Conab eleva previsão de colheita de cana para 668,8 milhões de toneladas, mas aponta queda frente à safra anterior
Apesar da maior área plantada, produtividade deve cair 2,1% devido a efeitos climáticos; produção de etanol de milho cresce e ajuda a equilibrar oferta.
27/08/2025 09h07
Por: Amanda Lafayette Fonte: Globo Rural
Foto: Reprodução/Wenderson Araújo/CNA

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para cima a estimativa de produção de cana-de-açúcar na safra 2025/26, projetando 668,8 milhões de toneladas — cinco milhões a mais que a previsão anterior. Apesar disso, o volume representa queda de 1,2% em comparação com a temporada 2024/25.

A área cultivada deve alcançar 8,85 milhões de hectares, alta de 1% em relação ao ciclo passado. Já a produtividade média tende a recuar 2,1%, caindo de 77.223 quilos por hectare para 75.575 quilos. As condições climáticas de 2024, com incêndios e irregularidade hídrica, impactaram principalmente o Centro-Sul, que concentra a maior parte da produção.

No Sudeste, maior região produtora, a colheita deve totalizar 424,5 milhões de toneladas, 3,4% a menos que no ciclo anterior. O Centro-Oeste, por sua vez, deve colher 150 milhões de toneladas, um avanço de 4,7 milhões, puxado pela ampliação da área plantada.

No Norte, o aumento de 5% da área não será suficiente para compensar a perda de rendimento, levando a uma retração de 5,6% na produção, estimada em 3,8 milhões de toneladas. Já Nordeste e Sul devem registrar crescimento: o primeiro, de 1,6%, chegando a 55,2 milhões de toneladas, e o segundo, de 35,2 milhões, impulsionado pelas chuvas.


(Foto: Reprodução/Internet)

A Conab projeta que a maior parte da matéria-prima será destinada à produção de açúcar, com 44,5 milhões de toneladas — aumento de 0,8% frente à safra 2024/25. Já a produção de etanol deve atingir 35,74 bilhões de litros, uma queda de 3,9%, reflexo da menor moagem de cana. A retração, no entanto, deve ser parcialmente compensada pelo etanol de milho, cuja produção deve crescer 14,5%, chegando a 8,98 bilhões de litros.

O clima também prejudicou o Açúcar Total Recuperável (ATR), reduzindo a extração e sustentando os preços do açúcar e do etanol. No Centro-Sul, a produção de etanol de cana segue em baixa, mas a participação crescente do etanol de milho ajuda a manter o equilíbrio da oferta.