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Governo reduz liberação de emendas após derrota na CPMI do INSS
No total, o governo já pagou apenas R$ 6,29 bilhões das emendas em 2025
25/08/2025 11h06 Atualizada há 22 horas
Por: Vanilson Brito Fonte: Redação

O Palácio do Planalto adotou uma postura de contenção na liberação de emendas parlamentares logo após sofrer uma derrota significativa na instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A lentidão no pagamento das verbas já vinha sendo criticada por deputados e senadores e acabou reforçando a crise de articulação política do governo no Congresso.

Na quarta-feira (20/8), dia da instalação da CPMI, o Executivo liberou apenas R$ 32 milhões em emendas. No dia seguinte, o valor subiu para R$ 68 milhões, dentro da média diária de 2025 (R$ 66,3 milhões). No total, o desembolso foi de R$ 100,6 milhões nos dois dias subsequentes à derrota — sendo R$ 22,2 milhões destinados justamente a parlamentares que integram a comissão.

Até agora, o governo pagou R$ 6,29 bilhões dos R$ 50,38 bilhões autorizados para este ano, uma execução 13% menor do que o esperado pelo Congresso. Quando se consideram os restos a pagar de anos anteriores, o valor liberado chega a R$ 15,4 bilhões, segundo dados do sistema Siga Brasil.

A estratégia do Planalto de concentrar pagamentos em datas específicas, em vez de manter um fluxo constante, tem gerado frustração entre aliados. Parlamentares avaliam que a retenção das emendas em um momento de tensão política aumenta o risco de isolamento do governo e fortalece grupos insatisfeitos dentro da base.

Na prática, a dificuldade de articulação somada à retenção de recursos pode comprometer a governabilidade. Para analistas políticos, o recado do Congresso é claro: sem cumprimento dos acordos de liberação das verbas, a resistência em pautas de interesse do Executivo tende a crescer.