No campo, a criatividade e o aproveitamento de recursos locais têm se tornado aliados importantes para a agricultura familiar. Cada vez mais, pequenos produtores estão apostando em fertilizantes alternativos produzidos na própria propriedade, reduzindo despesas e melhorando a qualidade do solo de forma sustentável.
Entre as práticas mais adotadas está a compostagem orgânica, resultado da decomposição de restos vegetais, esterco e outros resíduos. Fácil de produzir, ela devolve nutrientes ao solo e melhora sua estrutura. Outro destaque é o chorume da composteira, um líquido rico em nutrientes e microrganismos, usado diluído para adubação foliar e no solo.
O esterco curtido, seja bovino, caprino ou de aves, também continua entre os favoritos, por fornecer nitrogênio, fósforo e potássio de forma equilibrada. Já os biofertilizantes fermentados, feitos a partir de esterco, melaço e água, fortalecem a vida microbiana e potencializam a absorção de nutrientes pelas plantas.
Para culturas que exigem mais fósforo e cálcio, como frutíferas e raízes, a farinha de ossos aparece como opção eficiente. Ela pode ser produzida a partir da queima e trituração de ossos, liberando nutrientes de forma lenta e contínua. Outro insumo de fácil acesso é a cinza de madeira, que além de fornecer potássio e micronutrientes, ajuda a corrigir a acidez do solo.
Além dos insumos sólidos e líquidos, a chamada adubação verde vem ganhando força. Nela, leguminosas como feijão-guandu, mucuna e crotalária são cultivadas para depois serem incorporadas ao solo, enriquecendo-o com matéria orgânica e nitrogênio. Há ainda o uso controlado da urina de animais, que, devidamente fermentada e diluída, serve como fonte rápida de nitrogênio e potássio.
Especialistas recomendam que esses fertilizantes alternativos sejam aplicados de forma equilibrada, sempre acompanhados de práticas como rotação de culturas e cobertura morta. “São soluções simples, de baixo custo e que podem aumentar a produtividade sem agredir o meio ambiente”, destaca um técnico agrícola da Emater.
Com a adoção dessas técnicas, agricultores familiares não apenas reduzem gastos com insumos industriais, mas também fortalecem a saúde do solo e garantem alimentos mais saudáveis para o consumo e para o mercado.
Produzir seus próprios fertilizantes é uma forma de reduzir custos, melhorar o solo e ter colheitas mais saudáveis. Confira receitas, dosagens e formas de aplicação para a pequena lavoura.
1. Compostagem Orgânica
2. Chorume da Composteira
3. Esterco Curtido
4. Biofertilizante Fermentado
5. Farinha de Ossos
6. Cinza de Madeira
7. Adubação Verde
8. Urina de Animais Fermentada
Dica final:
Sempre teste em pequena área antes de aplicar em toda a lavoura. O uso combinado dessas técnicas, junto com rotação de culturas e cobertura morta, mantém o solo vivo e produtivo.