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Transporte climatizado ajuda a reduzir perdas de cargas
Planejamento logístico apurado, protocolos de segurança e controle de temperatura em todas as etapas da viagem são essenciais no processo, explica ...
12/08/2025 23h35
Por: Redação Portal Verdes Campos Sat Fonte: Agência Dino

O crescimento do consumo de produtos que exigem controle rigoroso de temperatura, como alimentos perecíveis, vem exigindo soluções logísticas mais sofisticadas. Com isso, o transporte especializado para cargas climatizadas tornou-se uma operação muito requisitada por empresas que atuam nesses segmentos, em especial no contexto do Brasil, país com clima predominantemente quente e com grandes distâncias entre os centros de produção e os de consumo.

Esse tipo de transporte exige mais do que apenas veículos refrigerados. É necessário o envolvimento de profissionais capacitados, tecnologias de monitoramento em tempo real e até o uso de Inteligência Artificial, além de estrutura de apoio operacional capaz de garantir que as mercadorias mantenham a temperatura exigida do ponto de origem até o destino final. A falta desses cuidados pode comprometer a integridade dos produtos, causar perdas significativas e até gerar riscos à saúde pública.

“O transporte climatizado requer um planejamento logístico apurado, protocolos de segurança e controle de temperatura em todas as etapas da viagem”, explica André Hova, diretor de estratégia e transformação da Jetta Transportes, empresa especializada na movimentação de cargas que exigem climatização. “É um serviço técnico, que precisa de precisão e estrutura adequada para evitar variações térmicas que possam comprometer a qualidade da carga”, completa.

Transporte inadequado é responsável por parte do desperdício de alimentos

Estudo desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que um quinto dos alimentos produzidos no mundo é desperdiçado. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já apurou que no Brasil se perde anualmente 30% da produção, o equivalente a 46 milhões de toneladas.

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) chegou a se manifestar sobre o desperdício alimentar e a emitir um documento no qual se posiciona sobre as perdas logísticas por má conservação ou transporte inadequado, que correspondem a até 10% do desperdício de alimentos no Brasil.

“Além da estrutura adequada, é fundamental que os embarcadores avaliem o histórico da transportadora contratada. Empresas sem know-how para esse tipo de serviço expõem seus contratantes a riscos de multas sanitárias, rejeição de cargas por parte do varejo e prejuízos econômicos que poderiam ser evitados com a contratação de operadores especializados”, destaca Hova.

Critérios para a escolha do transporte especializado

Para evitar essas consequências, especialistas do setor orientam que os contratantes verifiquem se a transportadora conta com certificações técnicas, monitoramento contínuo de temperatura, planos de contingência e experiência comprovada em rotas e cargas com requisitos térmicos específicos.

Tratado como parte estratégica do processo produtivo, o transporte climatizado está envolto em um cenário no qual segurança, rastreabilidade e integridade dos produtos são exigências básicas. “Por isso, investimentos em uma logística especializada podem ser encarados como forma de prevenir prejuízos financeiros e de imagem (por conta de problemas com a mercadoria) e, ao mesmo tempo, manter a competitividade dentro do mercado”, avalia Hova.