Um grave caso de suspeita de abuso sexual envolvendo um vigilante de uma escola pública em Pentecoste, a 91 quilômetros de Fortaleza, está sendo investigado pela polícia.
Diante da seriedade das acusações, o Ministério Público (MP) interveio nesta quinta-feira (9), solicitando não só o afastamento do vigilante, mas também da diretora da instituição, que é apontada como responsável por omissão grave no caso. O MP pediu, ainda, que a Prefeitura de Pentecoste instaure procedimentos administrativos disciplinares para investigar a conduta de ambos os envolvidos.
As denúncias, que chegaram primeiramente ao Conselho Tutelar e depois à Promotoria de Justiça, indicam que o vigilante teria praticado atos libidinosos contra estudantes. O mais preocupante é que a diretora da escola, ao tomar conhecimento dos fatos, teria deixado de comunicar as autoridades competentes (Conselho Tutelar e polícia), que só ficaram sabendo da situação através de denúncias anônimas.
De acordo com o Ministério Público, a diretora teria tomado uma medida ainda mais preocupante: em vez de afastar o agressor, ela o teria apenas remanejado para o turno noturno. Esse período, que coincide com a realização de práticas esportivas escolares, representaria um potencial risco para crianças e adolescentes. Para agravar, a diretora também teria exposto uma das vítimas a um confronto direto com o vigilante, uma atitude que configuraria revitimização.
A promotora de Justiça Lara Dourado, da Promotoria de Pentecoste, enfatizou que a não aceitação das recomendações do MP levará à adoção de medidas judiciais. Ela reforçou que a escola precisa ser um local de proteção e desenvolvimento saudável para os jovens, onde "é inadmissível a tolerância a qualquer forma de violência, omissão ou negligência em relação aos direitos das crianças e adolescentes”.