O sistema judicial do Ceará atendeu a solicitação do Ministério Público e decidiu aplicar medidas protetivas em relação ao adolescente de 13 anos que foi agredido por um médico em um jogo de futebol em um condomínio localizado em Sobral, que fica no norte do estado. O incidente aconteceu na última quinta-feira (1º).
A agressão foi registrada por câmeras de segurança do condomínio. Nas filmagens, o médico aparece empurrando o jovem em uma quadra onde outras crianças e adolescentes jogam. O médico alegou que sua ação foi uma tentativa de proteger seu filho, que supostamente teria sido atacado pelo adolescente agredido (veja abaixo a declaração completa do médico).
Diante disso, a Justiça decidiu que o médico não deve se aproximar da vítima nem ter qualquer contacto com o adolescente ou seus familiares; as crianças envolvidas devem ser encaminhadas a serviços especializados em apoio psicológico; e o Conselho Tutelar de Sobral deve ser informado sobre o incidente.
“As medidas evidenciam a seriedade e a desaprovação da atitude tomada, além da necessidade urgente de assegurar o bem-estar físico e emocional de Heitor”, disseram os pais do adolescente em uma declaração após a decisão judicial.
O pai do jovem agredido, Genaro Santos, que é engenheiro civil, denuncia que o médico, cujo nome é Alexandre Magno Paz Alves, teria agredido seu filho a respeito de um problema causado por outra criança. Uma vizinha informou a ele que o filho do médico, de aproximadamente nove anos, havia voltado para casa chorando, afirmando que se machucou por causa de um “menino de camisa preta”.
“Ele [o médico] chegou na quadra e foi em direção ao meu filho simplesmente porque ele estava usando uma camisa preta. Ele empurrou meu filho sem saber quem era, sem entender o que realmente havia ocorrido”, relatou Genaro.
De acordo com o engenheiro, após se levantar do chão, seu filho ainda recebeu um tapa no rosto ao tentar explicar-se. O pai da vítima não estava presente na quadra durante a agressão, mas foi chamado para averiguar a situação. Ao chegar, outros moradores já haviam afastado o agressor do seu filho. A família decidiu levar o caso à delegacia. O adolescente agredido foi submetido a exames na Perícia Forense.
Além disso, o pai revelou que o médico foi detido em flagrante e liberado após pagar fiança. Ele destacou que não conhecia o médico anteriormente e não tinha noção de que ele residia no mesmo condomínio, que possui cerca de 100 residências.