O Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), sob a gestão do Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), protagonizou mais um capítulo de esperança e solidariedade ao realizar sua segunda captação múltipla de órgãos. O gesto de amor partiu da família de um jovem de 24 anos, natural de Pedro II, que faleceu após um grave acidente de moto. Em um momento de extrema dor, sua esposa e seus pais autorizaram a doação do fígado, dos dois rins e das córneas, permitindo que vidas fossem salvas em três diferentes estados brasileiros.
A logística da operação foi marcada por grande complexidade e envolveu uma verdadeira força-tarefa. O fígado foi encaminhado para Fortaleza (CE), os rins seguiram para Recife (PE) e as córneas foram enviadas à Central de Transplantes em Teresina (PI). A ação contou com o apoio do Hospital Getúlio Vargas (HGV) e com o trabalho articulado da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), da Central de Transplantes e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), além de uma equipe altamente especializada composta por dez profissionais de saúde.
A data em que o procedimento foi realizado trouxe um significado ainda mais profundo. Segundo Nadja Freitas, coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do HEDA, “nesta Sexta-feira da Paixão, conseguimos materializar o verdadeiro significado de doação e amor ao próximo. O HEDA está preparando cada vez mais seus profissionais para realizar captações que transformam vidas”.
O reconhecimento ao trabalho conjunto também foi enfatizado pelo diretor técnico do hospital, Dr. Carlos Teixeira: “Agradecemos a todos os parceiros que tornaram possível este gesto nobre. É a união dessas forças que transforma momentos de dor em esperança para tantas famílias em diferentes estados do Nordeste”.
Para Dirceu Campêlo, superintendente de alta e média complexidade da Sesapi, o sucesso da operação evidencia o avanço da rede pública de saúde no Piauí. “O HEDA consolida-se como referência em transplantes e demonstra sua capacidade de mobilização, mesmo em períodos como a Semana Santa, quando conseguiu articular todos os parceiros para o sucesso desta missão que salva vidas”, afirmou.
Em tempos em que a doação de órgãos ainda enfrenta barreiras culturais e emocionais, histórias como essa reforçam que, mesmo na perda, é possível gerar novos começos.