A Associação Piauiense de Municípios (APPM) promoveu, na manhã desta terça-feira (08), uma reunião para discutir a situação de emergência nos municípios piauienses afetados pela seca.
O Governo do Piauí publicou, na última quinta-feira (03), no Diário Oficial do Estado, o decreto que atesta a situação de emergência em 129 municípios, reconhecendo os impactos do fenômeno climático e autoriza ações emergenciais para minimizar os danos à população.
A reunião aconteceu no auditório da APPM e contou com a presença maciça de prefeitos, representantes do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), e órgãos do Governo do Estado.
O presidente da entidade, Admaelton Bezerra, falou da dificuldade que muitos municípios estão enfrentando e que a Associação está articulando uma resposta conjunta à estiagem no estado.
“Hoje pela manhã reunimos prefeitos e todas as entidades que podem ajudar os municípios do Piauí diante dessa crise hídrica. Convocamos a Defesa Civil Nacional, o MDS, a Defesa Civil Estadual, o Governo do Estado, a SAF, a SASC, para que a gente, em conjunto com a APPM e os municípios, possa buscar ações concretas que cheguem o mais rápido possível nos municípios”, afirma.
De imediato, o gestor reforça a necessidade de algumas medidas urgentes para minimizar o sofrimento da população e dos animais nos municípios com a situação mais crítica.
“Estamos reivindicando de imediato os carros-pipas. Infelizmente não tem como atender da forma satisfatória que a população necessita, merece, mas é um começo. De imediato precisamos de carros-pipa, cestas básicas, pois têm muitos municípios que a perda da lavoura foi mais de 90%, e algum auxílio emergencial para aquelas famílias mais carentes”, reforça o presidente Admaelton.
O prefeito de Fartura do Piauí, Orlando Costa, foi um dos gestores que participaram da reunião. Ele aproveitou o momento para passar um vídeo mostrando a crise hídrica no município, fazendo um alerta às autoridades sobre a seca e a perda agrícola. O prefeito, emocionado, disse que não tem água potável para os 2.500 habitantes da cidade e pediu ajuda às autoridades.
“Não temos água na torneira para nada, não tem água para tomar banho, jogar em banheiros, para lavar e nem água potável. Animais estão morrendo, a população sofrendo. Estamos vivendo uma das piores secas e pedimos o apoio de todas as autoridades, tanto nacionais como estaduais, para que tomem medidas emergenciais”, afirmou Orlando Costa.
Para o secretário de Planejamento, Washington Bonfim, a reunião serviu para o estado ouvir as demandas dos municípios em situação de emergência, de modo que sejam tomadas as medidas administrativas necessárias, incluindo a disponibilização de recursos em prol da população.
Em sua fala, o secretário da Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (SADA), Fábio Abreu, ressaltou o impacto da seca sobre os criadores e a importância da atuação do órgão.
“A SADA tem um papel importantíssimo nesse processo porque nós tratamos de forma muito direta com a questão da assistência técnica e principalmente buscando proporcionar àqueles que criam animais, condições para manutenção desses animais, que é o grave problema que passam os produtores, os criadores, é exatamente a falta da alimentação, então nós vamos apresentar algumas alternativas de propostas para que nós não possamos ver animais, principalmente no Sul do estado, morrendo de fome”, diz.
A secretária da Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (SASC), Regina Sousa, destacou os programas sociais que podem auxiliar os municípios atingidos pela seca.
“A gente tem na SASC alguns programas que são direto com os municípios, já são normalmente o Criança Feliz, e outros programas do Ministério do Desenvolvimento Social. Particularmente, a gente tem o PDH, que é o Pilar do Desenvolvimento Humano, que é um projeto que a gente desenvolveu com o Banco Mundial desde 2023. Nele tem transferência de renda e um auxílio de alimentação para as famílias afetadas pela seca”, comenta.