Saúde Denúncia
Falta de materiais e estrutura precária no Hospital Regional Dirceu Arcoverde expõe crise na saúde pública do Piauí
Denúncia anônima revela que pacientes com ferimentos graves estão sem cuidados adequados há mais de uma semana; gestão por organização social é questionada.
05/02/2025 08h40 Atualizada há 4 horas
Por: Adilson Carlos

Um servidor do Hospital Regional Dirceu Arcoverde (HEDA), localizado em Parnaíba, no litoral do Piauí, denunciou a grave falta de materiais básicos para atendimento médico e a precariedade da estrutura da unidade. Segundo o relato, pacientes com ferimentos graves estão sem receber os cuidados necessários devido à ausência de itens essenciais, como gazes e coberturas para curativos. A situação já se arrasta há mais de uma semana, sem previsão de solução.

O hospital é administrado pelo Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), uma organização social que atua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí. No entanto, a gestão tem sido alvo de críticas por parte de servidores e do Sindicato dos Médicos, que veem o modelo como uma forma de privatização. Além da falta de insumos, os funcionários reclamam de atrasos salariais e afirmam que a qualidade do serviço piorou desde que a ISAC assumiu a administração.

O denunciante, que preferiu manter o anonimato por medo de retaliações, descreveu um cenário preocupante: "Pacientes estão com feridas expostas, alguns até com 'bichos' nos pés, e não temos material para cobrir os ferimentos. A situação é crítica e parece que ninguém está tomando providências." Ele ainda relatou que os acompanhantes dos pacientes foram orientados a registrar reclamações na ouvidoria do hospital, mas acredita que as denúncias não estão sendo levadas a sério. "A ouvidoria é um órgão da administração estadual, a serviço da organização social. Como esperar que investiguem a si mesmos?", questionou.

A crise no HEDA expõe falhas graves na gestão da saúde pública no estado, colocando pacientes em risco de infecções e complicações sérias. Até o momento, a Secretaria de Saúde do Piauí não se manifestou sobre as denúncias, deixando a população sem respostas sobre quando a situação será resolvida.

A falta de transparência e a aparente ineficiência na gestão do hospital reforçam a necessidade de uma investigação independente e de medidas urgentes para garantir o atendimento adequado aos pacientes e a reposição dos insumos essenciais. Enquanto isso, a população local continua sofrendo as consequências de um sistema de saúde que parece estar à beira do colapso.