O secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, utilizou as redes sociais na noite desta segunda-feira (13) para esclarecer detalhes sobre o caso envolvendo a morte de dois irmãos por envenenamento, ocorrido no ano passado, em Parnaíba. Durante sua declaração, o secretário abordou a demora na emissão do laudo pericial relacionado aos cajus consumidos pelas crianças e forneceu explicações técnicas para justificar o atraso.
Segundo Chico Lucas, a análise das frutas, que desempenhava papel central na investigação, exigiu o uso de reagentes químicos importados, os quais só chegaram ao estado em dezembro de 2024. Ele relembrou que, ao assumir a Secretaria de Segurança Pública, um dos desafios enfrentados foi a ausência de um laboratório de toxicologia funcional no estado.
“No ano de 2024, inauguramos o laboratório de toxicologia, e o caso dos cajus, em Parnaíba, foi o primeiro a contar com exames realizados localmente”, explicou o secretário. Ele destacou que, embora a inauguração tenha representado um grande avanço para a perícia no Piauí, a necessidade dos reagentes químicos específicos atrasou a conclusão do processo.
Chico Lucas também enfatizou o compromisso da Polícia Civil com a condução ética e responsável das investigações, mesmo diante de possíveis erros iniciais. Ele ressaltou que a prova técnica que resultou na libertação de Lucélia Maria da Conceição, vizinha das crianças e inicialmente suspeita de envolvimento no caso, foi produzida pela própria Polícia Civil.
“A investigação policial não é leviana. Todo o trabalho foi realizado com responsabilidade e ética. Nosso compromisso é com a verdade e o devido processo legal, o que reforça a credibilidade do trabalho realizado pela polícia”, afirmou o secretário.
A princípio, as investigações apontavam que Lucélia Maria teria oferecido os cajus envenenados às crianças, João Miguel e Ulisses. No entanto, com o avanço das análises técnicas, a tese foi desmentida, mudando o rumo do caso.
O esclarecimento de Chico Lucas trouxe à tona os desafios estruturais enfrentados pela segurança pública do estado, mas também evidenciou os esforços para superar essas limitações e garantir que a justiça fosse feita com base em provas concretas.
A reviravolta no caso, agora embasada por laudos técnicos mais robustos, destaca a importância de recursos adequados e da condução ética em investigações sensíveis como esta.