Cerca de 15% dos casos de AVC atendidos pelo HGF são do tipo hemorrágico
Em 2024, os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) causaram a morte de mais de 110 mil brasileiros, de acordo com dados do Ministério da Saúde (MS). Desse total, estima-se que quase metade dos casos seja resultante de lesões hemorrágicas, que ocorrem quando há rompimento de um vaso sanguíneo cerebral. O AVC hemorrágico (AVCH), como é conhecido, é considerado mais grave e exige um suporte médico intensivo e acompanhamento especializado.
O Hospital Geral de Fortaleza (HGF), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), destaca-se como um dos principais centros de referência no tratamento de pacientes com AVC no Brasil e no mundo. O equipamento, que completa 15 anos de tratamento do AVC, é o único do País a contar com um núcleo dedicado exclusivamente a casos hemorrágicos, com 15 leitos exclusivos para pacientes em tratamento intensivo.
“Atualmente, contamos com dez médicos neurologistas, um dos maiores grupos do país. Além de uma equipe multidisciplinar, fundamental para o restabelecimento adequado para os pacientes de AVC”, ressalta o coordenador do serviço de Neurorradiologia do HGF, Francisco Mont’averne.
O AVCH possui os mesmos sinais clássicos de um AVC isquêmico (o mais comum), explica o especialista. Entre eles, a dificuldade para manter o equilíbrio, alterações na visão, queda de um lado do rosto e dificuldade em levantar um ou ambos os braços. “A detecção desses sintomas, mesmo que apenas um deles esteja presente, deve ser motivo para buscar ajuda médica imediatamente”, reforça o médico.
Valdonio Rodrigues, de 36 anos, sentiu uma dor de cabeça quando estava em casa. Quando passou a ter dificuldade de se movimentar, percebeu que algo estava estranho no corpo. “Foi tudo muito rápido. A minha sorte que logo fui atendido e encaminhado para o HGF, onde identificaram um AVC Hemorrágico e logo fui para a sala de cirurgia”, relata.
Apesar da gravidade da situação, o comerciante de Tauá afirma não ter ficado com sequelas irreversíveis da doença e está na expectativa de melhorar cada vez mais: “continuo com dificuldade de me equilibrar, mas isso é o de menos. Aqui no hospital tenho feito os testes todos os dias, exames e vou começar a fisioterapia. Acredito que logo estarei curado totalmente”.
O diagnóstico de AVC é realizado por meio de exames de imagem, como tomografias e ressonâncias magnéticas. A partir deles, é possível determinar o tipo e a gravidade do evento. “Quanto mais rápido é o diagnóstico, maior a chance de intervenções que podem salvar vidas e minimizar sequelas”, pontua Mont’Alverne.
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Para isso, além da Emergência, que funciona 24h para receber casos de AVC, o Centro de Imagem da unidade também atua em regime de plantão ininterrupto para realização de procedimentos que definem o diagnóstico e a tomada de decisão.