As novas diretrizes da Sociedade Americana de Endocrinologia, publicadas em junho deste ano, trazem uma importante recomendação: pessoas com quadro de pré-diabetes devem considerar a suplementação de vitamina D. Pesquisas recentes indicam que indivíduos que estão em risco de desenvolver diabetes podem se beneficiar do uso desse nutriente.

A endocrinologista Marise Lazaretti Castro, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que a relação entre vitamina D e diabetes tem sido alvo de estudos há algum tempo. “Pessoas com diabetes costumam apresentar níveis mais baixos de vitamina D. Como o nutriente é produzido pela exposição solar, quem está doente e realiza menos atividades ao ar livre pode ter uma deficiência desse hormônio”, destaca.

A vitamina D desempenha um papel crucial no controle metabólico da glicose, fator diretamente ligado ao desenvolvimento da diabetes. O endocrinologista Renato Zilli, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, reforça a importância da suplementação para pessoas com pré-diabetes ou diabetes tipo 2. “A vitamina D pode auxiliar no controle da glicemia e na melhora da sensibilidade à insulina”, afirma.

Cuidado com o excesso de vitamina D

Apesar dos benefícios, as novas diretrizes foram criadas para conter o uso indiscriminado de vitamina D, que estava sendo suplementada sem orientação médica. Embora essencial para a saúde, o uso inadequado da vitamina D pode trazer riscos graves.

Renato Zilli alerta para os perigos da hipervitaminose D, uma condição causada pelo excesso do nutriente no organismo, que resulta em altos níveis de cálcio no sangue, ou hipercalcemia. Os sintomas incluem náusea, vômito, fraqueza, confusão mental, perda de apetite e sede excessiva. Em casos mais graves, podem ocorrer a formação de cálculos renais e a calcificação de tecidos moles, como vasos sanguíneos e o coração.

Com essas novas diretrizes, o objetivo é garantir que a suplementação de vitamina D seja feita de forma segura e eficiente, beneficiando aqueles que realmente precisam, como os indivíduos com pré-diabetes, e evitando riscos associados ao uso exagerado.