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Juventudes brasileiras: Estudo revela impactos da internet e redes sociais na vida dos jovens
O objetivo é contribuir para a análise dessa população que representa uma parte crucial do futuro do país.
14/09/2024 08h33 Atualizada há 2 meses
Por: Carlos Santos Fonte: Redação

Para entender a juventude no Brasil, é essencial reconhecer que um grupo tão diverso e em constante transformação não pode ser analisado de uma única perspectiva. Por isso, a pesquisa da Talk Inc utiliza o termo "juventudes", no plural, para abranger a pluralidade de contextos, como raça, gênero e condição social, que moldam as experiências dos jovens. O objetivo é contribuir para a análise dessa população que representa uma parte crucial do futuro do país.

A pesquisa de 2022 oferece um panorama detalhado da vida dos jovens brasileiros, destacando pela primeira vez dados importantes sobre o uso da internet e as diferenças percebidas entre a internet como um todo e as redes sociais. Esse estudo busca trazer novos insights sobre a forma como os jovens se relacionam com o mundo digital.

O Paradoxo da Internet para as Juventudes Brasileiras

De acordo com a pesquisa "Juventudes Brasileiras", que entrevistou 2.291 pessoas entre 16 e 29 anos em 2022, a internet tem um papel fundamental na vida dos jovens. No entanto, muitas vezes, esse papel é reduzido ao uso das redes sociais, enquanto outras funções igualmente importantes da internet são menos valorizadas.

Segundo Carla Mayumi, coordenadora do estudo e sócia fundadora da Talk Inc: "Não se pode desconsiderar a importância de todos os demais usos da internet, que vão muito além de entretenimento e socialização. Costumamos nos referir às redes sociais como se fossem a totalidade da internet, principalmente pensando nas juventudes. Mas a internet é muito mais do que isso, e os dados levantados pela pesquisa nos mostram outros potenciais que precisam ser investigados."

O estudo revela que 89% dos jovens consideram a internet uma ferramenta de aprendizado. Para 41%, seu uso mais importante é aprender coisas novas, enquanto 39% a utilizam para aprofundar conhecimentos. Entre os mais jovens, de 16 a 17 anos, 50% destacam o estudo como o principal uso da internet.

Redes Sociais e Saúde Mental

Apesar dos benefícios, o estudo revela um paradoxo: 44% dos jovens associam as redes sociais à ansiedade e à depressão. Entre os adolescentes de 16 a 17 anos, esse número chega a 50%. A pesquisa também destaca que essa percepção é mais comum entre jovens de classes sociais mais altas, enquanto nas regiões rurais, 36% dos entrevistados mencionam as redes sociais como causadoras desses problemas.

Tabus Sobre Saúde Mental Entre Jovens

A pesquisa também revela a resistência em discutir questões de saúde mental. Cerca de 44% dos jovens afirmam que existe um grande preconceito em relação ao tema, e 58% dizem que pouco conversam sobre isso com amigos e conhecidos. Entre os motivos, 69% acreditam que o tema é visto como "frescura", 51% associam o problema à "loucura", e 49% atribuem à falta de conhecimento sobre doenças mentais.

Cristina Brand, também fundadora da Talk Inc, ressalta a importância de estudos como esse: "Com dados, é possível potencializar práticas de melhorias nos pontos de maior necessidade e, com isso, construir uma sociedade mais justa e igualitária."

Originado de uma pesquisa qualitativa realizada para o Atlas das Juventudes em 2021, o estudo de 2022 representa as vidas e histórias de milhões de jovens brasileiros. A Talk Inc espera que os resultados sirvam de base para a criação de iniciativas e políticas públicas e privadas que atendam às necessidades dessa população, essencial para o futuro do Brasil e do mundo.