A Zona de Processamento e Exportação (ZPE) do Ceará, uma das âncoras do desenvolvimento econômico e social do Estado, completa, nesta sexta-feira (30), exatos 11 anos de operação e comemora a data com quase 90 milhões de toneladas movimentadas desde o início de seu funcionamento. Somente de janeiro a julho deste ano, 6.140.402 toneladas passaram pelos portões da ZPE cearense, um incremento de 7,9% quando comparado ao mesmo período de 2023.
Para o presidente da ZPE Ceará, Fábio Feijó, o resultado positivo representa que estamos no caminho certo para o desenvolvimento e crescimento continuado. Feijó declara que, normalmente, um grande investimento industrial se instala em uma região que possui matéria-prima para sua produção ou próximo ao seu mercado consumidor. “O Ceará conseguiu atrair uma siderúrgica mesmo sem ter reservas expressivas de minério de ferro, carvão mineral e mercado consumidor. Obtivemos sucesso na atração deste investimento e permanecemos alcançando resultados significantes porque temos uma ZPE integrada a um porto. Acredito que o futuro dessa política pública de ZPEs é ainda mais promissor com o projeto do hub de hidrogênio verde, que chegará para mudar novamente a história do nosso Estado”, afirma Fábio.
Entre as principais cargas movimentadas na poligonal de ZPEs, o minério de ferro ocupa o primeiro lugar com 2.791.313 toneladas, crescimento de cerca de 20,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em seguida estão as placas de aço, que apresentaram um aumento de 7,5%, totalizando 1.684.005 toneladas movimentadas. Também apresentou crescimento o carvão mineral, com 1.535.928 toneladas, alta de 42% na comparação com os sete primeiros meses de 2023.
O início das atividades da ZPE Ceará, em agosto de 2013, preparava o Estado para uma grande mudança em seu cenário industrial. Em 2016, foi exportada a primeira placa de aço produzida na siderúrgica instalada no Setor I da ZPE cearense. Nesse ano, o município de São Gonçalo do Amarante – onde a empresa está localizada – tornou-se o maior exportador do Ceará. Até hoje, os produtos siderúrgicos seguem sendo as principais cargas movimentadas pelo Estado.
Para Fábio Pucci, secretário-executivo do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), a ZPE Ceará foi uma divisora de águas na história da política pública de Zonas de Processamento de Exportação no Brasil. Segundo ele, mesmo 11 nos depois, a ZPE Ceará ainda é a principal referência do país. “Com um projeto grandioso, estruturante e totalmente integrado a um sólido plano estratégico de desenvolvimento do Estado do Ceará, a ZPE tem entregado resultados consistentes para os principais pilares dessa política: orientação exportadora, promoção da difusão tecnológica e externalidades positivas para o desenvolvimento industrial, econômico e social da região e do país. Congratulo a ZPE Ceará pelos seus 11 anos. Juntos trabalharemos para resultados ainda maiores”, destaca Pucci.
Hugo Figueirêdo, presidente do Complexo do Pecém, ressalta a importância do equipamento para o desenvolvimento econômico do Estado e para a implementação do hub de hidrogênio verde no Pecém. “Além da proximidade com o porto, as vantagens que as empresas encontram para se instalarem na ZPE são o grande diferencial do Complexo do Pecém para atrairmos tantos investimentos para o Ceará, especialmente na instalação do Hub. Temos o propósito de transformar gerações e a ZPE é parte fundamental nesse processo, principalmente agora, com maturidade”.
Com o Setor II pronto para receber novos investimentos, especialmente os de hidrogênio verde, a ZPE cearense assume um papel significativo no processo de transição energética do Brasil. Hoje são seis pré-contratos assinados para instalação de unidades fabris de H2V em área de ZPE, com as empresas AES Brasil, Casa dos Ventos, Cactus Energia, Fortescue, FRV e Voltalia. Somente esses pré-contratos somam mais de US$ 8 milhões em investimentos até 2030, com mais de 500 hectares já reservados.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará, Salmito Filho, ressalta que a ZPE Ceará é um exemplo de como planejamento e políticas de Estado podem induzir e impulsionar o desenvolvimento econômico, gerando oportunidades de negócios e empregos. “Um exemplo de entrega à economia cearense é a instalação da siderúrgica no Complexo do Pecém, realizada graças à política pública da ZPE, que, sozinha, dobrou o
PIB industrial do Ceará à época. Ao longo dessa história, consolidamos nossa posição como referência nacional em zonas de processamento de exportação. Estamos determinados a avançar com a ZPE Ceará, transformando nossas vantagens comparativas em vantagens competitivas globais”, finaliza o secretário. Além da siderúrgica ArcelorMittal Pecém, a ZPE Ceará conta ainda com as empresas Phoenix e White Martins.