Francisco das Chagas Dias Monteiro nasceu no dia 7 de novembro de 1947. Pela inquietude de se expressar nas ruas e pelo compromisso com a liberdade e a justiça social, recebeu o apelido carinhoso de Chico Passeata.

Na década de 1960, Chico ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e participou da Juventude Estudantil Católica (JEC). Por perseguição política, teve que abandonar o curso junto com Helena Serra Azul, sua companheira.

Devido à luta contra a Ditadura Militar, em 1968, o casal exilou-se na Zona da Mata pernambucana, trabalhando em canaviais. Descobertos, Chico e Helena, grávida do primeiro filho, foram torturados e presos por dois anos em Recife. A criança nasceu ainda no cárcere.

Após a anistia política, a família retornou para Fortaleza e permaneceu na luta pela democracia.

Chico participou ativamente do movimento da Reforma Sanitária e da criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 1986, tornou-se servidor da Sesa, onde idealizou a Política de Saúde do Homem e foi responsável pela implantação do primeiro serviço voltada à atenção da população masculina no Centro de Saúde do Meireles.

Segundo o médico sanitarista e amigo, Manoel Fonsêca, Chico Passeata era “poeta do cotidiano, de grande alegria de viver, fazia amigos semeando a verdade, o respeito e a delicadeza”.

Foi participante efetivo da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores com o cargo de primeiro-secretário. Pai de dois filhos, Chico faleceu no dia 12 de agosto de 2011 em Fortaleza, aos 63 anos.

A Sesa inaugurou o Espaço de Convivência Chico Passeata, no Nível Central, no dia 19 de janeiro de 2012, como homenagem ao médico, que teve uma trajetória marcante como sindicalista, conselheiro de saúde e defensor da democracia e das lutas contra a ditadura militar.