A empresa australiana Fortescue anunciou nesta quarta-feira (17) que as obras de terraplanagem da planta de hidrogênio verde (H2V) que será construída no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) devem começar até o fim deste ano. Em comunicado, a empresa destacou que seu projeto no Pecém recebeu “o apoio da diretoria por meio da decisão antecipada de investimento e se encontra, neste momento, na fase de viabilidade”. No anúncio, o grupo ressaltou que o Projeto Pecém está entre os prioritários de seu portfólio no mundo, alinhado com o objetivo de descarbonização da indústria.
De acordo com o comunicado, a Fortescue está trabalhando nas últimas definições e ajustes do projeto de engenharia, que serão importantes antes de iniciar a preparação da área da planta de hidrogênio verde, cumprindo com todas as normativas socioambientais. Além disso, a empresa está discutindo com atuais e possíveis fornecedores detalhes do projeto para, assim, seguir avançando com a contratação de serviços e produtos locais necessários para seu desenvolvimento.
“O Ceará tem grande potencial para protagonizar o processo de transição energética no país. E o anúncio da Fortescue é muito importante para ratificar esse projeto e fortalecer o proposta de construção de um Hub de Hidrogênio Verde no estado. Com o avanço da regulamentação do H2V no Brasil, a expectativa é que mais empresas concretizem o início das obras no Complexo do Pecém”, declarou o governador do Ceará, Elmano de Freitas.
Conforme o cronograma, as seis empresas com pré-contratos assinados devem tomar suas decisões finais até 2026 para iniciar a produção no final de 2027.
“Estamos muito felizes com esse anúncio da Fortescue e acreditamos que, com o andamento da regulamentação do hidrogênio verde no Brasil, as empresas que têm pré-contrato conosco possam fazer suas decisões finais de investimento e iniciar as obras aqui no Pecém. O hub de hidrogênio verde vai mudar a economia do estado, impactando muitas gerações de cearenses”, destaca Hugo Figueirêdo, presidente do Complexo do Pecém.
“O Brasil fez um importante avanço na regulamentação de uma indústria que protagonizará a descarbonização e a transição energética nacionais, passos fundamentais para a neoindustrialização verde da economia brasileira. A cadeia de valor do H2V abrange todo o país e beneficiará diversos setores industriais, como fertilizantes, cimento, aço e aviação, por exemplo. O Brasil está no rumo certo”, afirma o gerente regional de Relações Governamentais da Fortescue para a América Latina, Sebastián Delgui.
A planta da Fortescue deve ser desenvolvida no Setor 2 da ZPE Ceará, em duas etapas: Fases 1 e 2 – 1.200 MW e fase 3 – 900 MW.
O projeto tem potencial para produzir 837 toneladas de hidrogênio verde por dia a partir do consumo de 2.100 MW de energia renovável.
De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental, o projeto deve gerar cerca de 5 mil empregos na fase de construção.
“Estamos confiantes, e é com grande orgulho que afirmo que o Ceará está na vanguarda da revolução do hidrogênio verde. Nosso estado tem se destacado não apenas pela sua localização geográfica privilegiada, mas também pela capacidade de inovação e compromisso com a sustentabilidade. Estamos investindo em tecnologias avançadas e parcerias estratégicas que não só colocam o Ceará como um líder nacional, mas também como um exemplo global na produção e uso do hidrogênio verde”, apontou o secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará, Salmito Filho.