Pelo menos 50 cirurgias ortopédicas deixaram de ser feitas desde a última sexta-feira (28) no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) por falta de material. Segundo apurações nesta terça-feira (2) não havia nenhuma caixa de placas e parafusos, por isso nenhuma cirurgia foi feita. A unidade é referência em atendimentos de pacientes vítimas de traumas e em cirurgias ortopédicas para todo o Piauí.
Procurada, a Fundação Municipal de Saúde informou que empresas fornecedoras estão enfrentando dificuldades para obter os insumos necessários.
A denúncia foi feita na Câmara Municipal de Teresina pelo vereador Leonardo Eulálio (PL). A principal causa seria a falta de pagamento a fornecedores desses materiais, que antes era realizada pela Fundação Municipal de Saúde (FMS) e foi centralizada na Secretaria de Finanças.
Nesta terça-feira (2), os vereadores aprovaram o retorno da Central de Licitações para a FMS para compra de medicamentos e produtos.
De acordo com o vereador Leonardo Eulálio, que é presidente da Comissão de Saúde da Câmara, fará uma nova visita ao hospital e solicitou que a presidente da FMS, Clara Leal, faça uma nova negociação com as empresas fornecedoras de materiais para que as cirurgias retornem.
Somente no feriado dessa segunda-feira (1º), 31 cirurgias foram suspensas e hoje nenhuma foi feita. Uma Comissão Parlamentar Especial (CPE) está sendo realizada na Câmara para apurar quais as irregularidades e dificuldades que a FMS, já que muitos hospitais municipais estão tendo problemas com falta de materiais.
A Fundação Municipal de Saúde esclarece que as empresas que fornecem os materiais - OPMEs (orteses, próteses e materiais especiais) para o Hospital de Urgência de Teresina já estão agendadas, com a FMS, para ver as pendências e regularização do fornecimento. No momento, apenas duas empresas estão conseguindo junto aos fabricantes os insumos necessários para o HUT. As demais empresas contratadas, via chamamento público, alegam dificuldades para conseguir os insumos junto aos fabricantes.