Corpo de Bombeiros e Secretaria de Meio Ambiente oficializaram o fim dos trabalhos durante uma coletiva de imprensa
Após mais de 300 horas de trabalho ininterrupto, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) e a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) encerraram oficialmente, na tarde desta terça-feira (30), a operação de combate ao incêndio no Parque Estadual do Cocó, que fica na Área Integrada de Segurança 10 (AIS 10) de Fortaleza. Os detalhes dos trabalhos realizados no local foram divulgados em uma coletiva de imprensa, no Posto de Comando da Operação, montado provisoriamente no parque. No total, cerca de 315 mil litros de água foram utilizados durante a operação – uma parte levada por viaturas e bombas costais do CBMCE, e outra por aeronaves da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Ciopaer/SSPDS).
Desde o início do incêndio, no último dia 17 de janeiro, os trabalhos operacionais foram realizados de forma integrada entre diversos órgãos de Segurança Pública do Ceará. Atuaram no combate às chamas no Parque Estadual do Cocó, bombeiros militares do CBMCE e da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Ceará (Cedec) do CBMCE; policiais do Batalhão de Policiamento do Meio Ambiente (BPMA) da Polícia Militar do Ceará (PMCE); servidores da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce); profissionais da Ciopaer/SSPDS; além de agentes e brigadistas da Sema.
O coronel comandante-geral do CBMCE, Cláudio Barreto, ressaltou a importância das ações integradas para a conclusão dos trabalhos. “Desde o dia 17, nós, de uma forma integrada, atuamos aqui no Parque do Cocó para debelar todo e qualquer tipo de incêndio. Dessa forma, assim nós fizemos, tanto os bombeiros militares, a Polícia Militar, a Defesa Civil, a Secretaria de Meio Ambiente, a Ciopaer, BPMA, Polícia Civil, Perícia Forense, ou seja, diversos órgãos integrados. E hoje está sendo o encerramento dessa nossa operação aqui no Parque do Cocó”, ressaltou o coronel.
A titular da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), Vilma Freire, agradeceu à imprensa, aos bombeiros, brigadistas da Sema e aos demais órgãos que trabalharam em conjunto. “O combate foi coordenado pelo Corpo de Bombeiros, mas contou com o apoio de muitas mãos e foi fundamental para preservar uma área verde tão importante para o Estado”. Vilma também explicou que o Grupo Técnico (GT) – criado para estudar a área atingida para sanar o que foi afetado, sugerir medidas preventivas e apontar as alternativas a serem implementadas -, está finalizando o documento oficial, que será entregue ao governador Elmano de Freitas, que acompanha os trabalhos desde o início.
A secretária da Sema ressaltou, ainda, que no estudo estarão presentes informações sobre o levantamento da área total que foi comprometida e que a Sema ainda irá definir quando fará a reabertura das trilhas, que foram fechadas preventivamente durante os trabalhos de combate às chamas no Parque.
O coordenador do GT e líder do programa Cientista Chefe de Meio Ambiente da Sema, professor Luís Ernesto, explicou que o trabalho envolve pesquisadores da Sema, Semace, UFC e Uece. “Fizemos um amplo diagnóstico e um histórico da área. Posso adiantar que a maior parte do incêndio foi produzido pelo capim que antes encontrava-se em uma área alagada. O capim se recupera facilmente. A área de mangue e a vegetação de dunas foi muito pouco atingida, e também vimos poucos animais. Na sequência, vamos detalhar o que será feito para recuperar este espaço”, pontuou o professor.
Com relação às investigações sobre a causa do incêndio, a delegada-geral adjunta, Teresa Cruz, informou que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) segue com as investigações em andamento. Os trabalhos investigativos estão a cargo da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), unidade especializada da PCCE. “A Polícia Civil, tão logo tomou conhecimento do incêndio, instaurou um inquérito policial. No momento, nós estamos realizando diligências e aguardamos o laudo da Perícia Forense para que consigamos finalizar o procedimento e encaminhar para a Justiça. Este é o fluxo. Depois que a Polícia Civil termina o inquérito policial, esses documentos todos são encaminhados à Justiça e só então a gente pode dar alguma informação sobre o que foi levantado”, destacou Teresa Cruz.