A falta de Saneamento Básico aos cidadãos é um dos maiores desafios do Brasil. Um estudo recente concluiu que para todos terem acesso a este serviço será necessário investir cerca de R$ 500 bilhões nos próximos dez anos.

Em entrevista ao Jornal Primeira Edição, da Rede de Rádio Verdes Campos Sat e ao Portal Verdes Campos Sat, o Engenheiro Civil, Bruno Costa, Mestrando em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos – UFRGS e atualmente trabalhando na execução de 15km de rede Coletora de Esgosto na empresa Construtora Hidros LTDA como responsável pela sala técnica destaca sobre a importância e os impactos das obras de saneamento no país. De acordo com o engenheiro, existem quatro pilares no Saneamento Básico: a coleta, o tratamento da água (que após coletada e tratada  é

distribuída para todas as casas), coleta e tratamento do esgoto, a drenagem urbana e o manejo dos resíduos sólidos, esses pilares juntos, têm grande relevância se bem executados para a sociedade, porque se forem bem geridos dentro de uma cidade, de um estado, a população só tende a ganhar.

Sobre a coleta e tratamento do esgoto, Bruno Costa cita o exemplo de uma dona de casa que reside no interior,  chamando-a de “Dona Mocinha”: caso
ela deseje vender seu imóvel, contudo, a região na qual ela reside ainda não tenha coleta de esgoto, sendo despejada à céu aberto, em virtude dessa situação, o imóvel da dona de casa acabará desvalorizado, em decorrência de não ter uma boa infraestrutura no local, mas, quando executadas essas obras de esgoto sanitário, gera uma valorização automática  dos imóveis do bairro, da cidade, proporcionando melhor qualidade de vida para todas as pessoas que vivem na região.

Bruno também fala direto à população das pequenas e grandes cidades, que enfrentam no dia-a-dia o transtorno, o estresse provocado pelas obras de saneamento, deixando
claro à elas, sua necessidade e importância: “essas obras são extremamente importantes, porque vão nos proporcionar uma melhor  qualidade  de vida e valorização de imóveis na região”.

O especialista destaca que existe um certo transtorno para as pessoas que estão ao entorno das obras, mas, que é algo provisório, temporário e que após sua conclusão, o que fica são os benefícios, como melhor qualidade de vida, redução de doenças, coleta adequada do esgoto, valorização dos imóveis do local, etc.

De acordo com o engenheiro, as obras de saneamento vêm para eliminar um problema sério enfrentado pelos habitantes nas grandes e pequenas cidades, como a proliferação de insetos e odor fétido ao trafegar por determinadas áreas por exemplo. Ele cita também a necessidade de mais investimentos na coleta e tratamento de esgoto em todo o país.
Questionado sobre a despoluição dos rios, Bruno foi enfático ao afirmar que é possível sim fazer esse procedimento, pois existem tecnologias que ajudam em todo esse processo, e cita como exemplo, o Rio Poty, em Teresina-PI, que no período do B-R-O-Bró (refere-se aos meses em que o calor se intensifica), surgem vários  Aguapés sobre as águas, um processo denominado eutrofisação, em decorrência do esgoto
lançado no rio, gerando micro-organismos, fazendo surgir os Aguapés, mas com o tratamento, essa incidência reduz consideravelmente, afirma o engenheiro.

O especialista ainda destaca a importância da parceria entre o poder público nas esferas municipal, estadual e federal, do setor privado e sociedade em geral para que este problema que acomete milhões de pessoas em todo o país seja resolvido o mais rápido possível.