As internas que realizaram a confecção das roupas fazem parte da oficina de costura do projeto “Arte em Cadeia” da unidade prisional feminina e foram capacitadas através do projeto “Sou Capaz”, financiadas com recursos do Fundo de Combate à Pobreza (Fecop), do Projeto de Implantação de Oficinas Produtivas Permanentes em Estabelecimentos Penais (Procap) e do Pronatec. Todos os projetos foram executados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Para a fabricação das roupas infantis, a ação contou com a doação de resíduos têxteis doados por empresas do segmento de vestuário. A ação solidária se dá através do projeto “Cinderela”, onde as roupas serão distribuídas em comunidades de Fortaleza e Região Metropolitana de Fortaleza. A iniciativa beneficente tem como objetivo fomentar a ressocialização através da capacitação profissional e da conscientização solidária das internas do sistema prisional.
A coordenadora de Inclusão Social do Preso e do Egresso, Cristiane Gadelha, fala sobre a motivação do projeto. “Sabemos da necessidade dessas crianças e isso nos motiva para correr atrás de mais parcerias e fazer crescer ainda mais ações desse tipo. Mas a nossa motivação vai muito além disso. Esse projeto tem como objetivo principal a restauração da dignidade e humanização das internas, além de mostrar a importância do seu trabalho e o despertar de consciência que elas podem fazer o bem, independentemente da atual condição em que se encontram”, afirma.O educador do Instituto Metamorfose, Anailson Fernandes, comemora as doações. “Estamos muito felizes com essa parceria, principalmente por saber que a produção veio através de projetos de ressocialização das internas do sistema prisional. O projeto, além de ajudar nossas crianças, também está ajudando essas mulheres a se profissionalizar e se tornar pessoas melhores. Obrigada a SAP e a Coispe por todo o empenho em fazer acontecer essas doações”, disse.
O diretor da instituição Karatê Dragões do Futuro, Adson Araújo, fala sobre a importância da ação. “É com imensa satisfação que viemos receber essas roupinhas, pois com certeza será um momento de muita alegria para nossas crianças. Há uma dificuldade dessas famílias em ter acesso a vestuário e achar pessoas que conseguem desenvolver ações sociais nessa área é gratificante. Principalmente por terem sido confeccionadas por mulheres do sistema carcerário, que através da produção e da capacitação, estão se ressocializando por meio da sua mão de obra. Essa parceria com o sistema prisional engrandece, não só o nosso projeto, mas também a sociedade”, atenta.
A interna da Unidade Prisional Feminina Desembargadora Auri Moura Costa (UPF), Erica do Nascimento, se sente realizada em ajudar as crianças. “É muito gratificante saber que através da minha mão de obra estou ajudando várias crianças vulneráveis. Além de estar me sentindo útil, também estou feliz em saber que quando sair daqui já tenho uma profissão e posso ajudar meus familiares. Espero poder participar de mais ações assim e ajudar ainda mais pessoas”, disse.