Há meio século o renomado fotógrafo catarinense Araquém Alcântara dedica a carreira ao registro visual da diversidade da natureza e do povo brasileiro. Jornalista de formação, Araquém é apontado pelos críticos como o pioneiro da fotografia de natureza no país, sendo o primeiro a fotografar todos os parques ambientais do Brasil. O fotógrafo é autor de mais de 50 livros com a temática ambiental e já expôs em museus e galerias de vários países, como Japão, França e Inglaterra.

Para celebrar cinco décadas de trabalho, uma exposição interativa está cruzando a amazônia brasileira com 200 imagens selecionadas do artista. A chamada ‘Expedição AA 50 anos de Fotografia’ chegou a São Luís no último dia 3 de novembro, e nesta segunda-feira (6), a exposição foi instalada na Praça Nauro Machado, no Centro Histórico de São Luís, onde permanece aberta ao público até esta terça-feira (7). 

O governador do Maranhão, Carlos Brandão, fez questão de visitar a exposição, em sua estreia no Centro Histórico da capital maranhense. “Nesse final de tarde resolvi vir aqui no Centro Histórico, aqui na Praça Nauro Machado. Vim conhecer a exposição do fotógrafo Araquém comemorando 50 anos. Uma exposição que eu gostaria que vocês participassem e viessem conhecer. É belíssima! Fala sobre os rios da Amazônia, sobre os animais da Amazônia e sobre as riquezas da nossa natureza”, disse o governador. 

A ‘Expedição AA 50 anos de Fotografia’ é fruto de uma parceria entre a Vento Leste Editora, o Ministério da Cultura do Brasil e a empresa Alcoa. A expedição fotográfica é abrangente, democrática e sustentável, permitindo que pessoas de todo o mundo acompanhem as fotos de Araquém Alcântara, por meio de transmissões no site do projeto: www.araquem50expo.com.

“Estamos aqui em São Luís para comemorar 50 anos de carreira do Araquém Alcântara. Araquém é um fotógrafo brasileiro que teve como diferencial ter fotografado o Brasil e só o Brasil. Desde a década de 1970, Araquém levanta a bandeira da sustentabilidade como sendo o seu principal mote e inspiração. A coerência do discurso dele é tão importante quanto suas imagens”, frisou a diretora da Editora Vento Leste, Mônica Shalka.

As imagens estão sendo exibidas em um formato inédito: um Flote, plataforma flutuante de alta tecnologia desenvolvida especialmente para o projeto. O Flote conta com painéis de LED e uma estrutura idealizada para proporcionar uma experiência única aos visitantes. 

Aberta em Belém (PA), a ‘Expedição AA 50 anos de Fotografia’ já percorreu mais de 2 mil quilômetros por rios e terras, passando pelas cidades paraenses de Juruti, Santarém e Alter do Chão. Em São Luís, a exposição já foi exposta na Avenida Litorânea e fará paradas nas comunidades Coqueiro (dia 08/11) e Mangue Seco (09/11), até ser encerrada na Estiva, na próxima sexta-feira (10/11). 

Walmer Rocha, diretor da Alumar - consórcio gerido pela Alcoa - falou sobre a importância da obra de Araquém Alcântara para a cultura brasileira. “Mais uma vez a Alumar tem a oportunidade de fazer um exercício de incentivo à cultura, de trazer a brasilidade, cuidar das pessoas, e da relação com a natureza. É muito importante levar todo o conhecimento, toda essa vivência para a nossa população, para a nossa comunidade”, destacou Rocha.  

Araquém Alcântara não acompanhou a chegada da ‘Expedição AA 50 anos de Fotografia’ em solo maranhense, mas o fotógrafo possui dezenas de registros fotográficos sobre o estado, com imagens das reentrâncias maranhenses, em Cururupu; fotografias sobre o bioma e a população que vive nos Lençóis Maranhenses, além de imagens sobre a capital do Maranhão, a exemplo da fotografia ‘Menino de São Luís’, que estampa a capa de 'Brasileiros',  livro lançado em 2019 por Araquém. 

Mais sobre o artista

Araquém Alcântara é um dos precursores da fotografia de natureza no Brasil. Mais que um fotógrafo, ele é um incansável andarilho que cria, com suas imagens, uma memória visual para o país.

Desde 1970 dedica-se integralmente à documentação e proteção dos ecossistemas brasileiros. Em sua vasta produção, constam 57 livros sobre temas ambientais, 22 livros em coautoria, três prêmios internacionais, 32 prêmios nacionais, 75 exposições individuais, além de inúmeros ensaios e reportagens para jornais e revistas nacionais e estrangeiras.